Deu a louca na base aliada do prefeito Luiz Marinho (PT), de São Bernardo. São 20 vereadores que formam o bloco que defende os interesses do governo. Desses, oito são do PT e 12 de outras legendas. Essa dúzia de parlamentares não compareceu na reunião semanal de terça-feira com o chefe do Executivo, no Paço. Eles estão descontentes com os rumos da administração. E não têm tido a mesma atenção da gestão petista. Os interesses estão em confronto. Sintoma direto da eleição municipal que se aproxima. Não bastasse isso, os 12 vereadores abriram diálogo franco com a oposição. Mas não para fazer composição com vistas ao pleito de 2016. Acuados, pediram para que a bancada contrária ao governo pare de fazer panfletos com o nome deles dizendo que formam a favor do corte da merenda para crianças, apoiaram aumento de impostos na cidade e se posicionaram contra a CPI dos Uniformes, que investigaria irregularidades na compra de tênis e mochila com suspeita de superfaturamento. Na prática, não querem que a população saiba que estão jogando contra ela. Muito confortável aparecer por aí apenas colhendo os bônus de ter conquistado uma cadeira na Câmara. Assumir posição e enfrentar as críticas também fazem parte da função, nobres parlamentares.

Mera formalidade
Estão apenas gotejando, quando a torneira não está fechada de vez, os repasses federais a obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Grande ABC. Para tentar destravar a liberação das verbas, o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, José Carlos Medaglia Filho, se reúne hoje com os prefeitos no Consórcio Intermunicipal. No dia 8, o Diário mostrou que a região pode ter problemas para ver efetivados os R$ 4,8 bilhões programados pela União para obras de Mobilidade, Habitação, Saúde, Esporte, entre outras áreas. O banco já havia sinalizado, inclusive, que os gestores municipais teriam de provar a existência das obras para receber as verbas. Diante desses problemas e da dificuldade econômica na qual vive o País, o governo federal faz contingenciamento de investimentos. Por isso, é bem possível que a reunião de hoje seja mera formalidade, com poucos avanços.

Próximo futuro ex-tesoureiro
Tesoureiro nacional do PT entre 2000 e 2005, Delúbio Soares foi condenado à prisão no caso do Mensalão, sob acusação de montar o esquema, que envolveu R$ 136 milhões, e orientar distribuição de dinheiro para siglas aliadas. Responsável pelas finanças do partido de 2010 a 2015, João Vaccari Neto foi preso quarta-feira, na Operação Lava Jato, acusado de negociar pagamento de propina com empreiteiras que queriam contratos com a Petrobras, em esquema que envolveu R$ 2,1 bilhões. A missão do próximo tesoureiro da legenda não será nada fácil. Ou será? E seu mandato, vai terminar também com um caso de corrupção? Acompanhemos.

Porta aberta
Vereadores de Santo André, Roberto Rautenberg (PTB), Almir Cicote (PSB) e Aiton Lima (SD) se reuniram ontem em tradicional cafeteria da cidade quando se depararam com o ex-prefeito Aidan Ravin (PSB) conversando com o também parlamentar Toninho de Jesus (SD). Dizem que Toninho está descontente com seu partido, presidido por Ailton, para o qual causou estranheza o diálogo com o socialista. Mas, no frigir dos ovos, avalia que, se Toninho sair, a legenda “ficará mais leve”.

Reajuste
Integrantes do Sindicato dos Servidores de Santo André estiveram ontem com representantes do governo Carlos Grana (PT) para mais uma rodada de negociação do reajuste. O Paço manteve proposta de 6%, divididos em duas vezes. Será analisada semana que vem. A categoria pede 19,49%, mais R$ 300 de incorporação ao salário.