Levantamento com base nos boletins financeiros divulgados pela Federação Paulista de Futebol (FPF) mostra que dos 150 jogos da primeira fase, em 63 a verba arrecadada com a venda de ingressos não cobriu os gastos para organizar o evento. O prejuízo acumulado por 16 dos 20 clubes do Estadual foi de R$ 710 mil. Entre os custos com que os clubes têm de arcar em cada partida estão aluguel de ambulância, seguro para torcedores, 5% de INSS, exame antidoping, delegado, fiscalização, fundo de manutenção, confecção de ingressos e policiamento.
Em duas partidas (contra São Bento e Penapolense), o Botafogo, de Ribeirão Preto (SP), por exemplo, não conseguiu que a arrecadação com bilheteria cobrisse estas despesas. Para o presidente Rogério Cassius Barizza, a culpa é horário dos jogos. "A tevê atrapalha muito a vida dos clubes. Em um jogo às 21 horas de sábado é impossível você ter bom público".
Para o XV de Piracicaba, o prejuízo foi ainda maior. O clube não conseguiu arcar com as despesas da partida em quatro rodadas (diante de Ituano, Portuguesa, São Bento e Ponte Preta). "Estamos na primeira divisão pelo terceiro ano seguido e o interesse do torcedor diminuiu. Não temos nenhum atrativo e isso faz o torcedor preferir assistir ao jogo num bar ou num restaurante, tomando cerveja", reclamou o presidente Rodrigo Campos Boaventura.
Para equilibrar as finanças, o XV de Piracicaba usou mesma a estratégia adotada pelos outros clubes do interior quando recebe os quatro grandes times do Estado: aumentou o preço do ingresso. Diante do Corinthians, na última quarta-feira, o valor do bilhete mais do que dobrou, passando de R$ 30 para R$ 80. "A única coisa que compensa financeiramente no Campeonato Paulista em termos de bilheteria é esse tipo de jogo", admitiu Boaventura.
DUPLA EM BAIXA - O São Paulo teve prejuízo em duas partidas. Contra o Linense, com 5.492 pagantes no estádio do Morumbi, o déficit foi de R$ 3.517,33. O mesmo ocorreu diante do São Bento. O público foi de apenas 4.507 torcedores e o clube teve de tirar R$ 6.478,01 dos seus cofres para cobrir as despesas.
O Santos amargou prejuízo contra Linense e Rio Claro. No primeiro jogo, a diretoria transferiu o mando para o estádio do Pacaembu, em São Paulo, o público ficou abaixo do esperado e déficit foi de R$ 19.113,05. Contra o Rio Claro, o rombo foi maior: R$ 24.880,62.
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