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Tzipi Livni é eleita chefe do Kadima
Por Da AFP
18/09/2008 | 08:19
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A nova líder do partido majoritário Kadima e ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, iniciou nesta quinta-feira a segunda etapa de sua busca pelo poder e anunciou a intenção de formar um governo "o mais rápido possível".

No entanto, a tarefa será complicada pela vitória apertada que obteve sobre o ministro dos Transportes, Shaul Mofaz, nas primárias do Kadima (centro) e pelas fortes resistências que enfrenta entre os integrantes da atual coalizão governista.

Quando o primeiro-ministro Ehud Olmert renunciar ao cargo, Livni terá um prazo de 42 dias para formar uma nova maioria. Caso contrário, eleições antecipadas podem ser convocadas em 90 dias.

A nova líder do Kadima conta com sua popularidade e a reputação de mulher de sucesso baseada em uma meteórica ascensão política. Também tem a virtude de não estar envolvida em nenhum dos escândalos de corrupção que obrigaram Olmert a prometer renunciar à chefia de Governo.

"Se Tzipi Livni ganhou foi porque, fundamentalmente, a opinião pública aspira outro tipo de dirigente", afirma o jornal Yediot Aharonot.

"A partir de amanhã vou começar a me reunir com os representantes de outros partidos na Knesset (Parlamento unicameral) para formar o mais rápido possível uma nova coalizão estável frente aos graves desafios que Israel tem pela frente", declarou Livni na quarta-feira à noite.

Entre os desafios estão as ameaças externas à segurança de Israel, a necessidade de explorar as possibilidades de obter progressos no processo de paz com os palestinos e as incertezas econômicas provocadas pela crise econômica mundial.

Em Gaza, o grupo radical Hamas (Movimento de Resistência Islâmica) reagiu à vitória de Livni afirmando, em um comunicado, que a eleição significaria "a continuação da mesma política de repressão e agressão contra o povo palestino exercida pelos dirigentes sionistas que a precederam".

Já a Autoridade Palestina, por meio do negociador Saeb Erakat, manifestou esperança no início de negociações de paz "sérias".

Livni pediu "união" ao Kadima, depois da batalha interna por poder. Seu rival, Shaul Mofaz, e Olmert telefonaram para a chanceler para dar os parabéns pela vitória.

A ministra das Relações Exteriores, considerada uma pragmática, venceu por apenas 431 votos, com 43,1% dos votos, contra 42% de Mofaz, que é considerado um "falcão".

O vice-premiê Eli Yishai, e líder do partido ultraortodoxo Shass, do qual depende a futura coalizão, já impôs condições para que seu partido integre um governo dirigido por Livni.

Yishai exigiu que o governo "descarte qualquer negociação sobre o futuro de Jerusalém". O futuro estatuto da área oriental da cidade, anexado por Israel depois de sua conquista em 1967, constitui um dos principais obstáculos nas conversas com os palestinos.

O êxito de Livni não garante à chanceler o cargo de primeira-ministra no lugar de Olmert, que anunciou a intenção de renunciar depois da eleição de seu sucessor na direção do partido criado em 2005 por Ariel Sharon.

Olmert, suspeito em vários casos de corrupção, pode anunciar sua renúncia no próximo domingo. Quando a demissão for efetivada, Olmert continuará sendo premiê de um governo de transição, até a formação de um novo gabinete.




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