Internacional Titulo
Ex-reféns sul-coreanos no Afeganistão agradecem ‘voltar à vida’
Por Da AFP
02/09/2007 | 15:23
Compartilhar notícia


Os 19 reféns sul-coreanos seqüestrados por talibãs afegãos afirmaram neste domingo, ao regressarem a Seul, que se sentiam como se tivessem "voltado à vida", depois de um cativeiro de seis semanas. Eles mantiveram encontros emocionados com familiares num hospital situado na periferia da capital, onde começaram a ser submetidos a exames médicos.

"Nos desculpamos a todos pelos problemas que causamos e agradecemos os que nos ajudaram a regressar a nossa casa", declarou à imprensa o porta-voz dos missionários, no aeroporto de Incheon.

"Temos uma grande dívida para com o país e as pessoas", disse Yu Kyeong-Sik. "Basicamente estivemos mortos e recebemos de volta nossas vidas. Esperamos viver de maneira a deixá-los orgulhosos", acrescentou.

Em 19 de julho, os talibãs seqüestraram 23 evangelistas sul-coreanos, no Afeganistão. Dias depois, assassinaram dois deles para pressionar o governo afegão a fazer a troca dos reféns asiáticos por prisioneiros.

Em meados de agosto, os talibãs também libertaram duas reféns doentes, como "um gesto de boa vontade".

Um pastor da igreja Presbiteriana Saem-Mul en Bundang, que organizou a missão no Afeganistão, declarou hoje que alguns deles chegaram a ser "agredidos severamente" por não abraçar o Islã.

"Seu calvário foi mais intenso do que o antecipado, uma vez que foram severamente golpeados, ao se negarem a se converter", contou o pastor Park Eun-jo, em seguida a um ritual religioso de ação de graças, no próprio hospital.

Os dois homens que sobreviveram, Je Chang-hee e Song Byung-woo, foram ameaçados de morte por se negarem à conversão, segundo Park, e as mulheres correram o "risco de terem sido violadas".

Apesar de vários jornais apontarem para o pagamento de um resgate, o chefe do Serviço de Inteligência Nacional da Coréia do Sul desmentiu qualquer acordo deste tipo.

O porta-voz presidencial, Cheon Ho-Seon, também disse domingo que a Coréia do Sul não comprou a libertação dos cativos. "Jamais pagamos um resgate", frisou.

As autoridades afegãs haviam criticado na sexta-feira o pacto feito pelo governo da Coréia do Sul com os talibãs que deu um final feliz ao seqüestro.

Apesar da insistência de Seul em que o acordo para a libertação de seus compatriotas consistia na retirada dos 200 soldados sul-coreanos mobilizados no Afeganistão e na proibição de missões religiosas a esse país, aumentaram as vozes, dentro e fora do Afeganistão, que falavam de pagamento de resgate.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;