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Samu ganha proteção contra trote
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
28/09/2005 | 08:17
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Metade dos cerca de 300 chamados de resgate recebidos por dia pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Diadema é trote. E as conseqüências da brincadeira provocam desde o congestionamento da linha 192 – na qual a população pode solicitar os serviços do Samu – até o deslocamento desnecessário de ambulâncias para atender aos falsos chamados. Para tentar reverter esse quadro, a coordenação do programa informatizou o serviço.

Agora, todas as ligações são gravadas. O operador da central de regulação passa a ter em mãos, além do número do telefone de onde partiu o chamado, o endereço da pessoa. "Antes, a gente não tinha nada disso", afirma Reinaldo Del Pozzo, coordenador do Samu de Diadema. A mudança, orçada em cerca de R$ 20 mil por mês, será custeada pelo Ministério da Saúde. Nos próximos 30 dias, outras 35 cidades devem receber o mesmo equipamento.

Em Diadema, segundo a coordenação do Samu, o perfil do trote é definido em três grupos. O primeiro deles é formado por crianças entre 8 e 12 anos, que logo no início da conversa caracterizam o trote. Outro grupo é composto por adolescentes de 15 a 18 anos, que têm diálogo mais elaborado e, muitas vezes, conseguem esticar a conversa tempo suficiente para que as ambulâncias sejam deslocadas para a falsa ocorrência.

"Esses dois tipos de chamada estão concentradas nos períodos das 11h às 12h e das 16h às 17h, horário de entrada e saída das escolas", afirma Reinaldo Del Pozzo. O terceiro perfil de trote é protagonizado por adultos e ocorre no período da noite. Normalmente, são relatadas ocorrências gravíssimas ao telefone. "Semana passada recebemos um chamado de um acidente de ônibus que bateu num caminhão na avenida Piraporinha com a Ulysses Guimarães, que é um ponto onde realmente ocorrem muitos acidentes", diz Del Pozzo.

Resultado: várias ambulâncias foram deslocadas para o endereço do suposto acidente, mas não encontraram nada. Por enquanto, Diadema aposta numa linha educativa para tentar conscientizar os autores dos trotes, com palestras em escolas e empresas. Mas o combate pode se tornar mais duro. O trote é crime e, se condenado, o autor está sujeito a pena de um a três anos de prisão.

Rastreamento – Além do combate ao trote, a informatização do Samu também vai permitir o rastreamento via satélite das ambulâncias que, além de agilizar o deslocamento dos veículos para ocorrências, vai prevenir os carros em caso de roubo. O chip já está instalado nas viaturas. Para ativá-lo, no entanto, a operadora do sistema terá de solucionar um problema técnico. O conserto está previsto para ocorrer dentro de dez dias.




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