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Irmãos Hypólito revelam desejo de criar próprio CT de ginástica

Ideia da dupla é suprir necessidade aberta com o anúncio do fim da parceria da Caixa com São Bernardo

Anderson Fattori
do Diário do Grande ABC
04/06/2018 | 07:07
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Claudinei Plaza/DGABC


Em meio ao caos que vive a ginástica artística, com as recentes denúncias de abuso sexual e assédio moral contra o ex-técnico da Seleção Brasileira e do Mesc (Movimento de Expansão Social Católica) Fernando de Carvalho Lopes, e, consequentemente, o anúncio da Caixa de que não vai renovar o contrato de patrocínio com São Bernardo – que vence em agosto –, surge uma luz no fim do túnel. Os irmãos Hypólito, Diego e Daniele, planejam inaugurar em breve centro de treinamento próprio para fomentar a modalidade, principalmente a base.

Segundo Diego, que treina em São Bernardo, esse é um sonho antigo, que pode ser antecipado para suprir a necessidade neste momento de crise. “A ideia vem de muito tempo. Queremos retribuir o que minha irmã e eu conseguimos com o esporte, o que o povo deu para nós. Temos de retribuir de alguma maneira”, explicou Diego. “Com o término do patrocínio da Caixa (com São Bernardo) ficamos bem preocupados. Para que os atletas não fiquem desamparados, pensamos nisso. Espero que consigamos patrocinadores que apoiem a iniciativa do esporte (para colocar o projeto em prática)”, ressaltou.

Diego deixa bem claro que a ideia é trabalhar com as categorias de base, dar oportunidade aos jovens de conhecer a modalidade. “Principal benefício seria trabalhar com a base e proporcionar inclusão social. Queremos formar campeões para a vida. Alto rendimento seria importante, mas que a gente possa encaminhar para outros lugares”, explicou o medalhista de prata na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

Apesar de ser um sonho, Diego, que assim como sua irmã nasceu em Santo André, admite que é algo ainda um pouco distante de se tornar realidade por falta de patrocinadores. “Não existe nenhuma negociação em andamento. Isso é algo que nós nos preocupamos bastante”, assume ele, que ainda está fechando os custos do centro de treinamento. “Não sei o preço inicial, estou conversando com meu empresário e com meu assessor. A gente vem fazendo reuniões para conseguir o menor custo”, argumentou.

A ideia dos irmãos Hypólito surge em momento complicado para a modalidade. Diego, no entanto, ressalta que o mais importante agora é que as vítimas dos supostos abusos sejam amparadas. “Que a gente lide com as crianças como seres humanos. Esse seria o benefício maior para todos. A questão de pensar que (as denúncias) podem denegrir a imagem da ginástica, isso para mim realmente não é o mais preocupante e, sim, que essas crianças sejam amparadas, que os pais tenham consciência de que elas vão estar em um lugar legal. Que eles (jovens) sejam campeões para vida, que estejam em lugares bons, com treinadores decentes e que tenham educação”, comentou.

Logo após as denúncias contra Fernando, Diego também resolveu falar dos abusos que sofreu quando era criança e iniciou na ginástica. O assusto desestabilizou o ginasta, que não estava conseguindo treinar em pleno ciclo de preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Ele, no entanto, disse que superou o assunto. “Já superei essa situação e voltei a treinar normalmente”, garantiu. 




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