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O mundo fora daqui
Por Carlos Brickmann
25/09/2013 | 07:00
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Todos os enrolados...

A ministra-chefe da Casa Civil da Presidência, Gleisi Hoffmann, provável candidata do PT ao Governo do Paraná, vê outro de seus assessores envolvido em escândalo: depois de Eduardo Gaievski, preso em Curitiba sob a acusação de pedofilia, agora é Idaílson Macedo, acusado pela Polícia Federal de corromper prefeitos para atrair investimentos dos fundos de pensão municipais, algo como R$ 300 milhões.

Chamam a atenção as jovens encarregadas de atrair os prefeitos, muitas integrantes do elenco de Jeanny Mary Corner, empresária brasiliense do ramo de entretenimento sexual. Idaílson, do PT de Goiás, é funcionário do Ministério de Relações Institucionais, de Ideli Salvatti, mas foi indicado por Gleisi.

...de Gleisi Hoffmann

Além dos acusados de pedofilia e de corrupção, há mais gente ligada a Gleisi Hoffmann enfrentando problemas. Luiz Antônio Tauffer, subchefe de Monitoramento da Casa Civil, furou um bloqueio policial em Brasília e teve a carteira de motorista cassada (por que furou o bloqueio? Ah, deixa pra lá).

E há Carlos Carboni, antigo chefe de Gabinete de Gleisi, hoje coordenador de sua campanha ao Governo do Paraná. Carboni é casado com Lucimar Carboni, cuja empresa assessora prefeituras paranaenses que buscam verbas em Brasília. Era uma situação esquisita, o marido de um lado do balcão, a esposa do outro. Ele então trocou de cargo. Mas a Consultoria e Assessoria Empresarial Carboni continua funcionando no mesmo setor. E o marido da dona, embora fora do Ministério, ficou até mais forte junto da ministra, como seu chefe de campanha.

Voa, dinheiro, voa!

Para que serve um helicóptero? Depende: o Bell 412 azul e amarelo comprado novinho em setembro de 2010, por R$ 14 milhões, serve para ficar em terra, paradinho. As equipes da Polícia Federal, que ele deveria transportar, que se virem para chegar ao destino. Voltemos ao começo: o helicóptero voou entre março e outubro de 2012. Então, por falta de contrato de manutenção, parou, e está em terra até hoje. Só isso? Não, que aí seria barato demais: o Governo pagou o treinamento de quatro pilotos, durante dois meses, nos Estados Unidos. Como o helicóptero estava parado, não puderam renovar a licença de pilotagem no Brasil.

O helicóptero ultrapassou, em janeiro último, o prazo de inspeção, e a ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil, suspendeu seu Certificado de Aeronavegabilidade.

Resumindo: o helicóptero não voa porque não tem contrato de manutenção, a inspeção está vencida e não conta com piloto habilitado. Os pilotos não estão habilitados porque o helicóptero não voa. E você, caro leitor, paga a conta sem ter o serviço, porque o Governo não consegue desmanchar este nó.

O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, voltou a defender a tese favorita (e derrotada no Supremo) do alto comando petista: a de que o Mensalão foi “apenas a prática de caixa dois, e não desvio de dinheiro público, como restou provado no julgamento”. O ministro se engana: o STF apurou o desvio de R$ 170 milhões, em valor não atualizado, e o suborno de parlamentares para que votassem com o governo. Mas este é só um equívoco; o importante é que Gilberto Carvalho, alto dirigente do partido, influente integrante do governo, acha que caixa dois é crime menor, ou nem crime é.

Nos Estados Unidos, o ex-deputado democrata Jesse Louis Jackson Jr., filho de um herói da luta pelos direitos civis, o pastor Jesse Jackson, foi condenado em agosto a 30 meses de prisão, em regime fechado (já está preso), por ter abastecido o caixa dois de sua campanha com US$ 750 mil – pouco menos de R$ 2 milhões. Seus bens estão sendo leiloados para que o dinheiro irregular seja devolvido aos cofres públicos.

O deputado israelense Omri Sharon, filho de um herói nacional, o general e ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, comandou o caixa dois de uma campanha de seu pai. Foi julgado e condenado a nove meses de prisão, com perda de mandato e multa equivalente a US$ 64 mil – cerca de R$ 150 mil. O pai, inconsciente desde que sofreu derrame cerebral, não pôde ser julgado. Convenhamos: que falta faz o ministro Gilberto Carvalho em outros países!




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