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Justiça decreta retirada de MTST em Mauá
Por Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
21/05/2008 | 07:01
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Andréa Iseki/DGABC


A 2ª Vara Cível de Mauá proferiu anteontem o pedido de reintegração de posse do terreno invadido por 700 famílias no Jardim Olinda, em Mauá, feito no início deste mês pelo advogado José Waldir Costa Lemos Junior, que representa o proprietário da área, Geraldo Joaquim. Ontem, cerca de 300 integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) marcharam até a Câmara Municipal de Mauá para pedir apoio às famílias assentadas no local desde 28 de março.

Resta agora um prazo de 15 dias para que o mandado judicial seja cumprido. Um oficial de Justiça deverá verificar a área e contatar o Batalhão da Polícia Militar para que forneça a proteção necessária no dia da evasão, ainda sem data prevista.

De acordo com Lemos Junior, não há mais possibilidade de acordo com os assentados, que permaneceram acampados no local após os 30 dias de prazo firmado para a retirada das famílias. "Houve acordo, mas ele foi descumprido pelo movimento", diz o advogado, reiterando que a Prefeitura de Mauá não manifestou interesse em comprar o terreno. No início do mês, o secretário de Habitação de Mauá, José Roberto Correa, já havia afirmado que, devido à topografia irregular da área, custaria caro à Prefeitura construir casas.

Apesar do apelo, os sem-teto não obtiveram apoio de vereadores durante a manifestação na Câmara. A coordenadora do movimento Daniela Rodrigues Damasceno chegou a ameaçar os futuros candidatos com a possível perda de votos, mas o vereador Diniz Lopes (PSDB) foi contundente em dizer que não apoiaria o movimento enquanto o cadastro das famílias não fosse entregue, pois haveria indícios de que o acampamento estaria servindo de abrigo a pessoas que não são de Mauá. O presidente da Câmara, Alberto Betão Pereira Justino (PSB), também discursou contra o apoio aos assentados.

No próximo dia 28, lideranças do MTST deverão se reunir com representantes da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para definir o destino das famílias assentadas em Mauá. O mandado de desocupação, no entanto, pode ser cumprido antes disso.

Líderes do MTST foram procurados ontem pelo Diário mas não se pronunciaram.




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