Política Titulo Crise partidária
Na região, PSL prega lealdade a Bolsonaro

Em meio à crise partidária, líderes dos diretórios locais defendem seguir decisão do presidente

Por Daniel Tossato
19/10/2019 | 06:00
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Fátima Meira


Em meio à crise interna do PSL entre aliados do presidente da República, Jair Bolsonaro, e os antigos filiados à sigla, ala capitaneada pelo mandatário nacional do partido, deputado federal Luciano Bivar, dirigentes da agremiação no Grande ABC defendem Bolsonaro na queda de braço e garantem que seguirão os passos do chefe da Nação seja qual rumo ele tomar.

Os presidentes dos dois principais diretórios do PSL na região – Santo André e São Bernardo – afirmaram que defendem não somente Bolsonaro, mas também seu filho, o deputado federal por São Paulo Eduardo Bolsonaro (PSL), que está sendo cotado para ser líder do governo na Câmara após cisão com o correligionário Delegado Waldir (PSL), que atua como liderança do partido. Waldir integra ala do PSL que apoia Bivar.

“Continuaremos apoiando o presidente Bolsonaro em qualquer decisão tomada”, declarou o presidente do PSL de São Bernardo, Paulo Chuchu. Recém-empossado como mandatário da sigla em São Bernardo, Chuchu tem ligação estreita com Eduardo Bolsonaro.

O PSL vem demonstrando falta de organização desde o início do ano no País e na região. Nas sete cidade, há diretórios vigentes somente em cinco cidades – Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Ribeirão Pires. Nos outros municípios, a sigla patina para reabrir ou manter seus escritórios. Mauá, por exemplo, não há diretório da legenda por falta de prestação de contas, como aponta o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Situação mais emblemática é a de São Bernardo, cujo diretório sofreu intervenção da executiva estadual para a deposição dos integrantes que compunham a diretoria. Foi nessa situação que Paulo Chuchu passou a dirigir o partido na cidade, após suspeitas de que o antigo presidente da agremiação Walter Resende Filho estava encabeçando esquema de cobrança de pedágio no gabinete do deputado estadual por São Bernardo Coronel Nishikawa (PSL), que também é investigado – os dois negam as acusações, embora sejam alvo de inquérito em trâmite no Ministério Público estadual.

O presidente do PSL de Santo André, Major Ricardo, também se colocou como apoiador inquestionável da ala bolsonarista e disse que seguirá as diretrizes do representante regional do partido no Grande ABC. “Todas as declarações serão feitas pelo nosso representante regional e presidente do PSL de São Bernardo, Paulo Chuchu”, declarou.

A crise no PSL já fez algumas vítimas. A deputada federal Joice Hasselmann (PSL), por exemplo, foi destituída pelo próprio Bolsonaro da liderança do Congresso. Falando em “falta de gratidão”, Joice pode ver sua virtual candidatura à prefeitura de São Paulo, ao menos na legenda, como praticamente impossível.

Na região, os presidentes da siglas ouvidos pelo Diário sustentam que a crise partidária interna não deverá atrapalhar os planos de lançamento de candidatos às prefeituras e às câmaras do Grande ABC. “Vamos continuar com o plano de lançar candidatos nas sete cidades. Tanto para o Executivo como para o Legislativo”, bancou Chuchu. 

PSL aumenta poder de Bivar na sigla

Em ofensiva para fortalecer o grupo político do deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do PSL, o partido decidiu ontem, em convenção extraordinária, aumentar o número de integrantes com direito a voto nas decisões internas e suspender cinco deputados federais – todos ligados ao presidente Jair Bolsonaro (PSL).

 O encontro também avalizou a destituição do deputado Eduardo Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro dos comandos dos diretórios regionais do PSL em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente. O ato será formalizado na próxima semana.

 Os cinco deputados punidos criticam a atuação de Bivar, que disputa o controle do partido contra Bolsonaro. São eles: Carla Zambelli, Filipe Barros, Bibo Nunes, Alê Silva e Carlos Jordy. Eles estão suspensos das atividades partidárias e, com isso, não podem representar a legenda em comissões e em nenhuma atividade da Câmara.

 Na quarta-feira, todos eles tentaram, sem sucesso, derrubar o deputado Delegado Waldir da liderança do PSL na Câmara. O plano, idealizado por Bolsonaro, era tirar Waldir – que é ligado a Bivar – e nomear Eduardo para a cadeira. A articulação do presidente fracassou, puxando a crise para o Palácio do Planalto. Mesmo assim, o governo tentará novamente destituir Waldir, que chamou Bolsonaro de “vagabundo” e disse que iria “implodir o presidente”.

 A ampliação da ala bivarista na cúpula do PSL, no entanto, praticamente inviabiliza uma nova tentativa de fazer Eduardo líder da bancada na Câmara. “Esse é o efeito imediato. Se eles tentarem montar uma lista, já perderam cinco votos”, disse o deputado Coronel Tadeu. 




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