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Região tem queda nas mamografias apesar de alta do público-alvo

Número de exames para detecção do câncer de mama teve baixa de 11% enquanto a população de mulheres com mais de 40 anos aumentou 2%

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
07/10/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 O Outubro Rosa é, tradicionalmente, período em que são realizadas ações de conscientização a respeito da prevenção do câncer de mama, como a mamografia – recomendada anualmente para mulheres a partir dos 40 anos. No Grande ABC, o número de exames do tipo realizados nos sete primeiros meses do ano teve queda de 16% na comparação com o mesmo período de 2018, embora a população feminina a partir dos 40 anos tenha aumentado 2,17%.

Conforme o Datasus, banco de dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e julho do ano passado, 2.400 mulheres passaram por mamografia na rede pública das sete cidades, quantidade que caiu para 2.134 neste ano. Já os dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) mostram que a população de mulheres a partir dos 40 anos saltou de 601,6 mil para 614,6 mil no mesmo período.

Especialistas ouvidos pelo Diário consideram que o número menor de mamografias pode estar associado tanto ao fato de mulheres não darem a devida importância ao tema quanto à dificuldade de agendar o exame no SUS (Sistema Único de Saúde), além do longo tempo de espera para sua realização. Todos esses fatores podem comprometer o diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que deve acometer pelo menos 60 mil pessoas no País neste ano.

A cuidadora Ilda da Silva Lopes, 62 anos, moradora de Santo André, descobriu, há quatro anos, um cisto na mama e, só assim, passou a se submeter ao exame com mais frequência. “Antes disso nunca tinha feito. Depois do cisto, comecei a ser mais cuidadosa. Faço mamografia no Hospital da Mulher e, geralmente, demora de três a quatro meses para me ligarem. Tanto que da última vez (em abril), fiquei impressionada quando me chamaram”, ressalta.

Para o mastologista Rogério Fenile, o ginecologista e os médicos da família de todas as unidades de saúde são fundamentais para a conscientização das pacientes. “A campanha Outubro Rosa tem papel importante de chamar atenção de mulheres, que muitas vezes, deixam de lado esse assunto. É importante enfatizar que o câncer de mama nem sempre aparece como um nódulo no seio, pode ser uma vermelhidão ou um afundamento na pele”, comenta.

A aposentada Jainete Maria Ferreira, 63, descobriu o câncer de mama no ano 2000. O ginecologista, na época, solicitou exames de rotina para realizar cirurgia no útero, quando apareceu sombra na primeira mamografia realizada. “Isso me salvou. Digo e repito que a prevenção é tudo. Eu me lembro que, após a biopsia que fiz, na qual retirei o caroço do tamanho de um arroz, realizei quatro cirurgias em um ano, além de tomar remédio por cinco. Confesso que no ano passado vacilei, não fiz mamografia, mas alerto todas as mulheres.”

Prefeituras aderem ao Outubro Rosa e promovem ações durante todo o mês
As administrações municipais já iniciaram as atividades programadas para o mês conhecido como Outubro Rosa. Santo André, por exemplo, está organizando as ações nos bairros da cidade e iniciará a programação com ciclo de palestras (aberto ao público) no Jardim Santo André, Bom Pastor, Cidade São Jorge, bairro Paraíso e demais unidades de saúde.

Diadema ressalta que durante todo o mês a Prefeitura vai realizar ações em UBSs (Unidades Básicas de Saúde), Cras (Centro de Referência de Assistência Social), instituições sociais e praças da cidade, incluindo rodas de conversas, aulas de zumba, dia de beleza e sessões de cinema.

Já Ribeirão Pires vai promover, durante todos os sábados, mutirão de mamografia no Hospital e Maternidade São Lucas. Serão distribuídas 20 senhas por dia e o exame será gratuito. São Bernardo, São Caetano, Mauá e Rio Grande da Serra não responderam até o fechamento desta edição.




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