Política Titulo Concessão
Com concessão, ETA Guarará será desativada em Santo André
Por Fabio Martins
Do Diário do Grande ABC
17/08/2019 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Construída no período da 2ª Guerra Mundial, a ETA (Estação de Tratamento de Água) Guarará, de Santo André, inaugurada em 1943, irá deixar de operar com o início efetivo do contrato de concessão de parte dos serviços do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O equipamento, atualmente com capacidade de produção própria de 5%, será desativado – é a única unidade local de tratamento e abastecimento de água em funcionamento no Grande ABC.

Com a formalização do convênio, a Sabesp ficará responsável pela distribuição de água e esgotamento sanitário da cidade pelo prazo de 40 anos. A ETA, então administrada pelo Semasa, tem capacidade de produção de até 150 litros por segundo, de acordo com outorga (autorização) estadual, que permite captação desse volume máximo do manancial do Pedroso, em área de proteção e recuperação da Região Metropolitana de São Paulo na Bacia da Billings, próximo ao braço do Rio Grande. No cenário de hoje, contudo, a retirada atinge algo em torno de 90 litros por segundo. A água de produção própria é captada no manancial e levada à ETA, pela qual passa por processos de decantação e purificação até tornar-se potável.

A estatal começará a operação em Santo André no dia 11 de setembro. Superintendente da área Sul da Sabesp, Roberval Tavares de Souza reconheceu, em evento quinta-feira na sede do Paço para anúncio de obras no município, que o plano da empresa não inclui manter a produção própria separada dos sistemas já utilizados. Segundo ele, o encaminhamento dado pela companhia em relação à cidade “não é tratar (água) de forma isolada”. “(Equipamento) Será desativado. Vamos trazer (o abastecimento) dos sistemas Rio Claro e Rio Grande/Billings.”

Diante da desativação, o prefeito andreense, Paulo Serra (PSDB), ponderou que o governo pretende estimular a política de educação ambiental no prédio, com foco de ampliar visitação de alunos para ciência do que é feito no espaço. “Queremos que os estudantes continuem conhecendo (a respeito do caso). É (espécie de) ETA Escola, visando que as crianças possam ter acesso”, disse o tucano. “Já é feito, mas a ideia é intensificar isso. Como o Semasa tem a parte de educação ambiental, e será potencializada, equipamento será mantido para a Prefeitura poder utilizar neste sentido pedagógico”, emendou.

O prédio originalmente amarelo e conjunto de equipamentos, situado na região da Vila Vitória, é tombado desde 2002 pelo conselho municipal de defesa do patrimônio histórico. Apesar do abastecimento de 5% do total consumido em Santo André – índice considerado pequeno para os padrões atuais, embora represente atendimento a cerca de 30 mil pessoas –, o laboratório da ETA é também receptor do material adquirido junto à Sabesp (os outros 95%).

No governo anterior, de Carlos Grana (PT), houve tentativa de construção de ETA no Recreio da Borda do Campo, com intuito de elevar a produção de 5% para 25% e reduzir a dependência da Sabesp, porém, o projeto não saiu do papel.  




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