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Sem médicos há 6 meses, UBS em Rio Grande só oferece remédio

Moradores da Vl.Conde fazem abaixo-assinado para cobrar a contratação de profissionais

Yasmin Assagra
Do Diário do Grande ABC
31/05/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/ DGABC


Moradores da Vila Conde, em Rio Grande da Serra, aguardam, há pelo menos seis meses, a reposição de médico que atuava na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro. Sem o profissional, os serviços disponibilizados pelo posto ficam limitados à aplicação de medicação, como injeções, e entrega de remédios. A comunidade cobra, por meio de abaixo-assinado, a contratação de profissionais e, com isso, o direito de passar por consultas clínicas.

Quem procura a UBS para agendar consultas é orientado a procurar as outras cinco unidades de saúde do município, que também enfrentam problemas com falta de médicos.

No caso do atendimento de emergência, a opção é a única UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade, no bairro Santa Luzia. Em 10 de maio, o Diário denunciou que o equipamento acumula problemas, como goteiras, paredes descascadas, tomadas sem proteção, cadeiras insuficientes para a sala de espera e ausência de papel nos banheiros.

A Prefeitura justifica que o profissional que atuava na UBS Vila Conde integrava o programa Mais Médicos e, no mês de novembro de 2018, deixou o Grande ABC ao lado de outros 80 médicos cubanos devido ao fim da parceria entre o Brasil e a Opas (Organização Pan-americana de Saúde).

A faxineira Sidinéia de Moraes, 52 anos, aguarda pela oportunidade de retornar em consulta perto de casa. Ela continua indo à unidade apenas para tomar remédio para tratar dores nos braços. “Venho porque ainda consigo tomar essa medicação, mas para passar em consultas preciso ir para outro lugar. Sinto que os profissionais fazem o necessário aqui, mas precisamos de médicos”, cobra.

O desempregado Eric Macedo, 20, levou a filha de 5 anos à UBS Vila Conde na última semana para vacinação, mas reclama da impossibilidade de agendar consultas na unidade. “Infelizmente, nessa UBS só podemos contar com as injeções mesmo. Estamos esperando há um bom tempo o atendimento médico”, lamenta.

De acordo com o prefeito da cidade, Gabriel Maranhão (Cidadania), atualmente 35% do orçamento do município é destinado à saúde. No entanto, reconhece que é necessário readequar o percentual de investimento diante do cenário. “Hoje, infelizmente, estamos sofrendo com essa deficiência dos médicos por conta do programa interrompido do Mais Médicos. A população está correta e eu estou aqui assumindo compromisso de trabalhar nisso para repor o direito deles”, pontua.

Prefeito promete que cidade receberá oito profissionais a partir do dia 24

Na tentativa de resolver o cenário de caos instalado em Rio Grande da Serra, o prefeito Gabriel Maranhão (Cidadania) promete a contratação de oito médicos no dia 24 de junho. Os profissionais, conforme o chefe do Executivo, serão alocados nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) Parque América, Santa Tereza, Central, Vila Conde, Vila Niwa, Vila Lopes, Vila São João e Sítio Maria Joana.

“É necessário reparar esse erro tremendo com a nossa cidade. Será uma contratação de médicos autônomos da Prefeitura”, destaca Maranhão. O prefeito não informou, entretanto, qual será o investimento empregado na ação.

Desde a saída dos cubanos do programa federal Mais Médicos, em novembro do ano passado, a cidade perdeu seis profissionais – Rio Grande já chegou a contar com 11 médicos oriundos do projeto.

O município não foi contemplado pelo Ministério da Saúde nos editais de reposição do programa porque a Prefeitura não renovou contrato no Saúde da Família.




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