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Citigroup reagiu à pressão do governo contra Dantas
05/09/2005 | 07:54
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O Citigroup reagiu à pressão do BB (Banco do Brasil) para que o Opportunity saísse da gestão dos dois fundos que controlam a Brasil Telecom e a Telemig Celular, entre outras empresas. Isto aconteceu antes que o Citigroup se desentendesse com o Opportunity e mudasse de lado, fechando um polêmico acordo com os fundos de pensão de estatais, capitaneados pela Previ (BB), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Petros (Petrobras). Pelo acordo, os fundos comprometem-se a pagar R$ 1 bilhão pela parte do Citi na Brasil Telecom até 2007, caso ambas as partes não vendam antes as participações, de forma conjunta.

Em carta endereçada a Cassio Casseb, ex-presidente do BB, em 19 de maio de 2003, Mary Lynn Putney, diretora-gerente do Citigroup Global Investments, diz que Daniel Dantas, dono do Opportunity, comunicou ao banco norte-americano que Casseb, "em nome dos fundos de pensão das estatais, comunicou-nos o seu interesse em renegociar (...) o acordo de acionistas que organiza o controle das empresas nas quais estes fundos (as fundações) investem junto conosco".

Em seguida, a executiva revelou ter confiança de que "seremos capazes de alcançar um acordo que o tranquilize em relação a suas preocupações", mas alerta sobre "os constrangimentos muito importantes" ao qual o banco está submetido "nestas conversações". Na carta, cuja cópia foi obtida pela reportagem, o Citi diz que a estrutura dos dois fundos, que dava ao Opportunity a gestão das empresas, era uma "precondição explícita e essencial para a nossa aprovação deste investimento".

A carta é mais uma evidência de que o governo do PT atuou firmemente para defender a posição das fundações na briga para remover o Opportunity do controle daquele conjunto de empresas, expulsando-o da gestão dos dois fundos de investimentos, um das fundações e o outro do Citi.

Domingo, uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostra e-mails enviados em maio por Dantas a Mary Putney, narrando as pressões de Casseb e do ex-ministro-chefe da Casa Civil, deputado José Dirceu (PT-SP), para que o Opportunity desfizesse os acordos que lhe davam o controle sobre a Brasil Telecom.




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