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Rio Grande combate agressões a mulheres

Na cidade há, em média, um caso de violência pela Lei Maria da Penha a cada dois dias

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
29/11/2014 | 07:00
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Rio Grande da Serra tem, em média, um caso de agressão a mulher enquadrado na Lei Maria da Penha a cada dois dias. De acordo com dados da delegacia da cidade, somente em 2014 já foram registrados 152 boletins de ocorrência, enquanto em todo o ano passado foram 164 casos.

Isso significa que, a cada dois dias, uma mulher é agredida física ou verbalmente por alguém com quem tem ou já teve algum tipo de vínculo. O delegado titular do município, Georges Amauri Lopes, que assumiu o comando há três meses, disse que os números impressionam. “Na sua maioria são casos de violência doméstica, mas a gravidade não é constante. No entanto, é urgente que algo seja feito para reduzir esses números.”

O delegado afirmou que ainda não sabe o motivo certo para a alta incidência de casos na cidade. “Pode ser que por ser um município mais afastado, as pessoas pensem que não haverá punição. Também é um lugar com homens muito machistas, que têm uma mentalidade de superioridade em relação à mulher”, afirmou.

Para tentar diminuir as estatísticas, o delegado está adotando postura mais rígida em relação a esse tipo de ocorrência. “Dentro dos parâmetros da lei, vou dificultar ao máximo para o agressor. No que depender de mim, será sempre a pena máxima, e a Justiça está do lado das vítimas”, explicou.

Como exemplo, ele citou caso que ocorreu em Rio Grande da Serra na última semana. Um homem de 30 anos foi até a casa da ex-namorada, uma jovem de 16. Ela o deixou entrar e ele cortou todo o cabelo dela com uma tesoura, além de travar luta corporal com o pai dela.

Atualmente, o homem ainda está detido, mesmo após mais de sete dias do ocorrido. “Nesse caso, a própria Justiça concedeu o pedido de prisão preventiva porque entendeu que se ele continuasse solto, representaria um perigo para essa moça”, disse o delegado.

No distrito policial, a vítima também vai ter todo o apoio das autoridades. Segundo Lopes, no local é possível fazer, inclusive, pedido para que o agressor ou quem faz ameaças mantenha distância obrigatória da vítima. Se for necessário, a Justiça também consegue um termo para que o marido ou companheiro se afaste do lar.

“É importante lembrar que, além de ser colocado para fora de casa, se necessário, ele também pode ter restrição de manter contatos por outros meios. Isso inclui conversas telefônicas, mensagens por redes sociais e até WhatsApp”, disse.

Para que a polícia consiga ajudar, é importante que a vítima faça o boletim de ocorrência. Se a população presenciar alguma situação de agressão, também deve denunciar. “Independentemente da idade da vítima e do agressor, ela deve recorrer à polícia em qualquer tipo de violência.”

Crimes contra o patrimônio são minoria

De acordo com o delegado titular de Rio Grande da Serra, Georges Amauri Lopes, os crimes contra o patrimônio têm poucos registros. Segundo dados da Polícia Civil a média de carros furtados é de dois por mês.

“Até mesmo os roubos a transeuntes e a casas têm poucos registros. A cidade é bem tranquila”, explicou Lopes.

Depois dos casos de violência contra a mulher, a maior preocupação do delegado é com o tráfico de drogas. Segundo ele, desde que assumiu o distrito policial há três meses, foram seis prisões relacionadas à venda de entorpecentes. “Essa também é uma prioridade, tanto que estamos trabalhando em conjunto com a Polícia Militar e a Delegacia de Entorpecentes da Seccional (>de Santo André) para realizar ações contra o tráfico. Inclusive temos duas investigações em andamento.”

O delegado também reforçou a importância da participação da população nas reuniões de Consegs (Conselhos Comunitários de Segurança). “Acaba sendo uma troca de informações. As pessoas precisam passar para a polícia o que as incomoda no dia a dia”, disse. 




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