A prestadora de serviços Dagmar Aparecida de Souza, 38 anos, não dorme direito desde que construiu a casa em que mora, no Parque das Orquídeas, em Mauá. Nas noites de chuva, diz que não prega os olhos. O muro da residência vizinha, de quatro metros de altura e 27 de comprimento, está tomado por infiltrações e ela teme que a estrutura desabe. "Vivo com o pânico de sermos soterrados por esse muro", reclama.

A briga entre os vizinhos foi parar na Justiça. Dagmar entrou com ação pedindo que a piscina da casa ao lado fosse interditada e o muro, reconstruído. "A piscina aumentava ainda mais as infiltrações. Quando o pessoal de lá dava um mergulho, meu quintal alagava", conta. Terça-feira, o corredor que leva aos fundos do terreno estava tomado por água barrenta. "De manhã, geralmente vem esgoto", afirma.

Com medo do desabamento do muro, Dagmar improvisou estacas para dar sustentação à estrutura. O amigo advogado, Samuel Pereira Silva, 42 anos, diz que já tentaram um acordo com o vizinho, mas que foram mal recebidos. "A conversa não resolveu. Fomos à Justiça. Até agora, já pedimos uma dezena de vezes para que a Defesa Civil avalie os riscos de o muro cair. Nada foi feito ainda", reclama.

Cristina Teodoro, 39 anos, proprietária da casa ao lado, não quis se defender das acusações da vizinha. Apenas disse que já tomou providências para conter as infiltrações. "O muro não vai cair. Isso é história dela."

A defesa civil vistoriou terça-feira o local e afirma que não há risco de desabamento. Ainda assim, os engenheiros cobraram reformas para acabar com o derrame de água. Nesta quarta-feira, a Prefeitura avaliará se o muro foi erguido dentro das normas de segurança.