Economia Titulo Geração de riquezas
Previsão menor de PIB
é sinal de risco

Especialistas explicam os impactos da 15ª
redução na estimativa de alta da economia

Por Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
14/09/2014 | 07:23
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Marina Brandão/DGABC


Nesta semana o Focus, boletim publicado pelo BC (Banco Central) que apresenta as previsões do mercado financeiro sobre os indicadores econômicos, mostrou, pela 15ª semana consecutiva, redução na expectativa do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). O conceito pode parecer complicado, porém, sinaliza que a produção de riquezas no Brasil não deve crescer muito mais do que a gerada no ano passado. “Simplificando, significa que o País vai crescer menos economicamente. Para você melhorar a vida das pessoas, é necessário o crescimento”, observou o professor de Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas) Fábio Gallo Garcia.

Segundo o Focus, o PIB atingirá alta de 0,48% em 2014. Na semana passada, a previsão era de 0,52%. “Se não crescer muito, se a produção do País travar, as coisas não vão acontecer, as crianças terão menos hospitais, menos segurança e será mais difícil também reduzir a desigualdade econômica e social entre os brasileiros”, exemplificou Gallo Garcia. “O crescimento do PIB são os prédios subindo, os veículos saindo, toda a produção.”

O professor de Economia da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) José Eduardo Balian explica que as empresas, por exemplo, ao observar as menores perspectivas de alta para o PIB, reduzem o interesse em investir para crescer, ampliar a fabricação, e consequentemente contratam menos, ou muitas vezes até reduzem o pessoal empregado. “A maioria dos negócios é feita com base nas expectativas (de crescimento da economia).”

Coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio destaca que, como consequência do menor investimento e da insatisfação dos empresários com a realidade econômica, o trabalhador é atingido pelo emprego e pela renda. “O canal para nós é o trabalho e a remuneração. Se vai crescer menos (o PIB), é esperado que o mercado de trabalho gere menos emprego, a massa salarial (número de empregados multiplicado pelo salário médio) fique estagnada ou até mesmo diminua. E, desta maneira, as pessoas sentem na pele (o que significa o crescimento do PIB menor).”

Especialista em Finanças e ex-economista chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Roberto Luis Troster destacou que, para o consumidor, um dos impactos do crescimento menor da atividade econômica está relacionado aos empréstimos. “Quanto menor a projeção de crescimento, menor a expectativa de fluxo disponível para pagar crédito e, automaticamente, maiores as taxas de juros.”
 




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