Setecidades Titulo Segurança
Favelas divergem
sobre presença da PM

Moradores da comunidade Sacadura Cabral aprovam a
operação, enquanto Tamarutaca reclama de policiamento

Por Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
14/11/2012 | 07:00
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Os moradores das comunidades de Sacadura Cabral e Tamarutaca, em Santo André, têm opiniões diferentes sobre a presença da Polícia Militar. Desde sexta-feira, as duas favelas de Santo André são alvo da Operação Preservação da Vida, que implantou bases movéis e patrulhamento das áreas com o objetivo de reduzir o número de assassinatos, conforme revelou ontem o Diário.

Em 15 dias, ao menos 17 pessoas foram vítimas fatais da violência na região. Segundo o coronel José Belantoni Filho, comandante da Polícia Militar nas sete cidades, as atividades nos dois locais serão feitas 24 horas e não há prazo para o fim da operação.

A discussão da atuação policial será levada pelos líderes comunitários ao Conseg (Conselho Comunitário de Seguranca) Oeste da cidade, que atende as duas comunidades. O tema dos pedidos é que será diferente. Na Sacadura Cabral, os moradores querem a presença definitiva da polícia. "Que fiquem a vida inteira. Eles trouxeram toda a tranquilidade e sossego que queríamos", disse a costureira Angelina Nunes de Oliveira, 59 anos.

Desde 1972 moradora do local, ela é a única dos fundadores que permanece e diz que após a urbanização da favela, a aproximação com a polícia representa um passo à frente. "Estamos nos aproximando. Todo mundo sabe que aqui tinha usuários de drogas e os policiais os afastaram", garantiu.

Na Tamarutaca, a assistente social do local, Suzete Siqueira, 36 anos, 22 deles como moradora, reclama da falta de liberdade. "Mais atrapalha do que ajuda. Se eles apenas fizessem o trabalho deles, mas incomodam a gente", disse.

As queixas são da falta de aproximação dos policiais com os moradores. "Não há conversa. E todo mundo que circula depois das 22h é visto e abordado como bandido. Acredito que seja preconceito com nossa comunidade", afirmou.

Se a polícia comemora o sucesso da operação e planeja estendê-la a outras favelas da região, os motoristas e cobradores andreenses continuam apreensivos com as ameaças que dizem receber, apesar de não haver encerramento antecipado da circulação de ônibus ontem, após dois dias de suspensão dos coletivos. "Foi uma medida de precaução (a suspensão no domingo e segunda-feira). Nos preocupamos com a integridade de passageiros e trabalhadores. E não vemos relação entre os atos de vandalismo e o que está acontecendo (atentados)", disse o diretor da Aesa (Associação das Empresas do Sistema de Transporte de Santo André) Luiz Marcondes de Freitas Júnior.

Trio mantinha comércio de drogas dentro de CDP

O que era para ser apenas uma ronda mensal de rotina dentro do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André acabou desmantelando esquema de comércio de entorpecentes que funcionava livremente dentro do presídio e era comandado por um trio.

Agentes acharam dentro das celas de Luiz Henrique de Jesus, 24 anos, Francisco Carlos da Silva Júnior, 32, e Alexsandro Pavarini, 35, 433 trouxinhas de maconha, 98 pinos de cocaína, dois celulares, nove chips, quantia não revelada em dinheiro e massa plástica que era usada para tampar os buracos na parede onde escondiam as drogas.

No 4º DP (Jardim) da cidade, onde o caso foi registrado, a suspeita era que os objetos eram levados para o trio dentro do CDP por familiares do sexo feminino.




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