Longe de ser consenso, o projeto de reforma administrativa da Câmara de São Bernardo tem enfrentado resistência dos vereadores petistas, defensores de que as mudanças na Casa devem ser discutidas a partir de janeiro, quando começa a próxima legislatura.

"Podemos discutir esse assunto na primeira sessão do ano, após a escolha da nova mesa diretora da Câmara, levantando o recesso para discutir isso", disse o líder da bancada petista, Tião Mateus.

Maior bancada do Legislativo em 2013, com oito vereadores, os petistas não encontrarão dificuldade para eleger o próximo presidente da Câmara e, desse modo, manobrar os rumos da reforma administrativa.

O projeto idealizado pelo presidente da Câmara, Hiroyuki Minami (PSDB), visa aumentar o número de funcionários efetivos da Casa, mas sem reduzir o de comissionados.

Com isso, o tucano atenderia à determinação do TCE (Tribunal de Contas do Estado), de que as Câmaras têm que ter mais servidores contratados por concurso do que nomeados por livre provimento.

Atualmente, cada vereador tem direito a 13 assessores, cuja folha salarial chega a R$ 55 mil ao mês, por gabinete. Para equacionar o problema, existem duas possibilidades: diminuir o número de funcionários ou redução de salários.

Minami participou de duas reuniões com os parlamentares para discutir a reforma administrativa, sem chegar a um consenso.

"Para uma cidade do tamanho de São Bernardo, os vereadores precisam do apoio dos 13 assessores. Foi assim nesta legislatura e na legislatura anterior (2004-2008)", disse o parlamentar Paulo Dias (PT).

Faltando dois meses para deixar o comando da Casa, Minami também é criticado pelos petistas por não comunicar os vereadores sobre suas decisões. Ele não quis comentar o assunto.

Câmara realizará audiências para discutir o Orçamento

O plenário do Teatro Cacilda Becker será palco na terça-feira de duas audiências públicas para apresentação da LOA (Lei Orçamentária Anual) de São Bernardo para o exercício de 2013, estimada em R$ 4,467 bilhões.

A expectativa orçamentária do município para o ano que vem é 20% maior do que os R$ 3,7 bilhões estimados para este ano.

As reuniões serão realizadas no período da manhã e à noite. "Direcionamos esses dois períodos para dar oportunidade para aqueles que trabalham acompanharem as reuniões", disse o vereador Antonio Cabrera, presidente da Comissão Mista da Câmara.

Técnicos da Prefeitura participarão dos encontros, para detalhar os itens da lei orçamentária e responder às dúvidas dos munícipes.

A LOA foi entregue aos vereadores semana passada pelo prefeito Luiz Marinho (PT). O documento direciona os gastos e investimentos que deverão ser feitos pela Prefeitura durante o próximo ano.

Após as plenárias, a Comissão Mista se reunirá no dia seguinte para discutir os pareceres do Orçamento, antes de encaminhá-lo para ser votado na Câmara.

"Temos até 15 dias para definir isso. Por isso, acredito que não haverá problema", projetou Cabrera.