Economia Titulo Renda extra
Benefício do 13º salário injeta R$ 131

Valor vai superar em 10,5% o total pago em 2011; rendimento de servidores é o que mais pesa

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
23/10/2012 | 07:00
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O pagamento do 13º salário, que começa a cair na conta-corrente dos assalariados a partir do dia 30 de novembro, deverá injetar R$ 131 bilhões na economia - montante 10,5% maior em relação ao ano passado, quando foram contabilizados R$ 118 bilhões. A renda extra deverá beneficiar cerca de 80 milhões de brasileiros, de acordo com estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada ontem.

Os profissionais do setor de serviços - o que inclui os servidores públicos - devem embolsar 60,2% do dinheiro destinado ao 13º salário. Os trabalhadores da indústria ficarão com 20,3%, seguidos pelos do comércio (12,5%), da construção civil (5%) e da agropecuária (1,9%).

Entretanto, segundo o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, se o montante recebido pelos empregados da administração pública for desconsiderado, o valor destinado ao setor de serviços fica abaixo do pagamento da indústria. "O salário médio pago aos servidores tem peso maior".

Segundo levantamento, em Brasília, o salário médio será de R$ 3.171 - a maior renda do Brasil. Os menores valores devem ser recebidos por profissionais dos Estados do Maranhão (R$ 1.030) e Piauí (R$ 1.010). "O setor público puxa o valor injetado na economia para cima, mas seria interessante se houvesse distribuição menos desigual nos demais setores da atividade econômica."

MAIS DINHEIRO - O emprego formal cresceu em velocidade menor em 2012. Neste ano, o número de beneficiários que receberão a grana extra deve ser apenas 2,5% superior, em relação ao ano passado, quando 78 milhões de trabalhadores foram contemplados com o abono de Natal. Em 2011, por exemplo, o avanço chegou a quase 16%, na comparação com 2010. Portanto, o aumento da renda, decorrente também dos dissídios, é o que mais deve pesar no volume injetado na economia. "O salário-mínimo, por exemplo, teve reajuste de 14% em janeiro, o que deve ajudar", lembrou Silvestre.

Para o professor de Finanças da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Adriano Gomes, a falta de profissionais é o que contribuiu para o aumento da renda dos trabalhadores e, consequentemente, do 13º. "Desde 2009, há uma carência de mão de obra. A indústria de autopeças, por exemplo, tem dificuldades de contratar profissionais qualificados e treinados. Por isso, os trabalhadores conseguem pleitear o aumento."

SÃO PAULO - A economia do Estado deverá receber R$ 39,4 bilhões, o que significa 30% do total que deverá ser injetado em todo o País. Além disso, 21 milhões de trabalhadores, o que corresponde a 26,3% do todo, devem ter o dinheiro depositado na conta-corrente.




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