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Donisete abre o Paço para o clã Jacomussi

Se PPP da Sama desagradar, aliados do prefeito de Mauá poderão pleitear troca de setor

Gustavo Pinchiaro
Do Diário do Grande ABC
18/05/2014 | 06:57
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Orlando Filho/DGABC


O secretário de Governo de Mauá, Edílson de Paula (PT), disse que o clã Jacomussi poderá pleitear outro espaço na administração do prefeito Donisete Braga (PT) caso se sinta prejudicado com o processo de PPP (Parceria Público-Privada) para a gestão da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) que será concluído até o fim do ano. Acordo entre ambas as partes seria para que a autarquia ficasses sobre domínio do grupo até 2016.

Desde que Donisete abriu o PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), dia 11 de abril, para que empresas apresentassem um plano complexo de reformulação e gestão da Sama, há rumores da insatisfação do vereador Admir (PRP) e do pré-candidato a deputado estadual Atila (PCdoB). A principal reclamação é da falta de comunicação sobre os rumos da autarquia. “Essa reclamação não chegou na Prefeitura. O Donisete tem conversado com o Atila, mas acredito que o tema seja a agenda política. Temos um acordo com eles que vai até 2016 e será mantido. No momento oportuno eles podem avaliar que o espaço da Sama foi prejudicado e pedir outro espaço”, afirmou Edílson.

A Sama tem Orçamento de R$ 80,3 milhões para este ano, autonomia em relação ao Executivo e possibilidade ampla de alocar aliados em cargos comissionados. Somente três secretarias superam a receita da autarquia: Educação (R$ 148 milhões), Saúde (R$ 321,67 milhões) e Obras (R$ 180,9 milhões).

A PPP vai transformar a autarquia em uma empresa de capital misto, administrada pelo poder público em parceria com a inciativa privada. O modelo adotado deve ser semelhante ao da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que é administrada pelo governo paulista e investidores. O procedimento foi lançado para reduzir o risco de colapso no sistema hídrico – 35% da água que chega aos reservatórios não são contabilizados por conta de vazamentos e ligações clandestinas.

“Nós avisamos eles que faríamos a PPP. A Sama passa por um momento delicado, está com poder de investimento reduzido”, informou Edílson.

Até agora houve duas inscrições no PMI: Odebrecht e Contern Construções. O interesse da Odebrecht foi o que mais incomodou, já que a companhia detém a concessão dos serviços de saneamento. A possibilidade de assumir a distribuição de água daria autonomia total do sistema à empresa.

Atualmente, o superintendente da Sama é Paulo Sérgio Pereira, que foi indicado pelo clã Jacomussi para suceder Atila. O comunista ficou 15 meses à frente da autarquia e se desligou do cargo para disputar a eleição de outubro. O acordo que colocou o comunista no comando da empresa municipal foi fechado em 2012. Terceiro colocado na eleição para prefeito, Atila apoiou Donisete no segundo turno, no qual o petista venceu a deputada Vanessa Damo (PMDB) em disputa acirrada.

“Eles foram importantes em 2012 e continuam sendo importantes para o governo. Gostaríamos muito que eles continuassem com a gente”, finalizou Edílson. Atila e Admir não foram localizados para comentar o assunto.  




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