Economia Titulo
Químico ganha 12% de reajuste
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
28/09/2006 | 22:07
Compartilhar notícia


Em uma das categorias mais fortes do Grande ABC, os trabalhadores químicos das indústrias farmacêuticas da região asseguraram na data-base deste ano um dos melhores índices de reajuste de piso salarial do país. Quem inicia carreira nas fábricas produtoras de remédios tem salário de partida de R$ 650 desde abril. Na campanha salarial deste ano, o Sindicato dos Químicos do ABC (filiado à CUT) conquistou 12% de reajuste, com 8% de aumento real embutidos no índice de reposição.

O presidente do Sindicato local, Paulo Lage, explica que o ganho dos trabalhadores foi negociado ‘duramente’ com o setor patronal farmacêutico em troca da alteração da data-base de novembro para abril. “Esta foi a condição para a troca: um bom índice de aumento real no piso da categoria”, conta o sindicalista. “Puxamos a data-base para abril em separado do restante da categoria, mas exigimos alguma compensação.”

A preocupação das lideranças sindicais, segundo Lage, está na relação do valor do piso salarial com o salário mínimo praticado no país. Há dez anos, conta o presidente da entidade, o piso da categoria equivalia a três mínimos e hoje se equipara a 1,85 salário mínimo. “Nos últimos três anos, assistimos a uma valorização do salário mínimo e os pisos não estão acompanhando o crescimento. Por isso, lutamos para aumentar o piso salarial da categoria”, destaca Paulo Lage.

A maior parte dos químicos do Grande ABC, com data-base em 1º de novembro, já elenca as reivindicações para campanha salarial deste ano e, mais uma vez, a valorização do piso estará em destaque na pauta do Sindicato. Os trabalhadores exigem reajuste de 12% no piso salarial, com aumento real, e 10% para as demais faixas salariais.

“O setor tem crescido acima da média da economia brasileira e tem condições de oferecer reajustes melhores. Temos números que comprovam o crescimento do setor químico”, diz Lage. Segundo ele, anualmente as indústrias químicas apresentam “alguma justificativa” para não conceder melhores índices de reajuste. “Culpam o câmbio, culpam a economia, culpam os impostos. Todo ano tem uma desculpa”, lamenta.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;