Considerada capital cultural da Suíça, a Basiléia faz jus à fama no intenso calendário de exposições que tomam conta dos mais de 30 museus da cidade durante a primavera européia. Tesouros do Vale dos Reis, no Egito; peças de Miró e depoimentos de sobreviventes da Segunda Guerra entram em foco nos espaços culturais, entre ruelas e praças históricas da antiga cidade romana, ao norte da Suíça.

O grande destaque desta faraônica temporada cultural fica a cargo da surpreendente mostra Tutankhamun: Tesouros do Vale dos Reis, que reúne cerca de 50 tesouros do faraó e várias oferendas funerárias feitas para os reis e pessoas célebres da 18ª dinastia egípcia, num total de 120 peças originais. Muitas delas estão deixando o Museu Egípcio do Cairo pela primeira vez.

Entre os destaques da exposição – que permanecerá em cartaz no Museu de Arte Antiga da Basiléia até o dia 3 de outubro – estão o conjunto funerário de Yuya e Tuyu, sogros do faraó Amenophis III (1390-1353 a.C.); e tesouros do faraó Tutancamon, como a famosa máscara funerária, com 10 kg de ouro. Urnas, máscaras mortuárias e tesouros encontrados nas pirâmides completam o opulento acervo.

Para demonstrar a amizade que existiu entre o pintor espanhol Joan Miró e o escultor norte-americano Alexander Calder, a Fundação Beyeler abriu, no dia 2 de maio, uma exposição com peças que os dois produziram juntos, no início do século passado. A mostra poderá ser conferida até 5 de setembro.

Algo parecido faz o Kunstmuseum, que exibirá até 22 de agosto uma seleção de 150 pinturas, colagens e esculturas que revelam a amizade de Hans Arp (1886-1966) e Kurt Schwitters (1897-1948), dois dos artistas e escritores mais importantes do século XX. Amigos desde 1918, eles trocaram muitas idéias e trabalharam juntos em exposições e performances.

Schwitters marcará presença, ainda, nas paredes do Museum Jean Tinguely, onde estão expostas obras feitas pelo pintor que batiza o museu. A mostra, também em cartaz até 22 de agosto, usa uma série de colagens para ressaltar os aspectos do trabalho de Kurt Schwitters que serviram de inspiração para o então jovem artista suíço Jean Tinguely.

Das paredes para as telas, o filme L’histoire c’est moi, no museu Barfsserkirche, apresenta entrevistas feitas com 555 pessoas que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial (1939-1945). São mil horas de filmes que o turista escolhe para assistir, além de depoimentos emocionantes e diferentes pontos de vista a respeito da posição suíça na guerra.

Para os apaixonados por arquitetura, por sua vez, o Schaulager iniciará neste domingo uma exibição sobre arquitetos que souberam desafiar as normas convencionais da construção, a exemplo dos suíços Herzog e De Meuron. Quem visitar a mostra esperando encontrar imagens dos prédios desenhados pelos arquitetos, no entanto, poderá sair frustrado, pois a exposição, aberta ao público até 12 de setembro, tem o objetivo de enfocar o processo criativo de desenvolvimento dos projetos, e não os produtos finais em si. Já o Vitra Design Museum inaugura neste sábado a exposição Airworld: Design e Arquitetura para a Aviação, que apresentará, até o dia 14 de novembro, o aspecto estético da aviação comercial desde os primórdios até os dias de hoje, além de registrar a contribuição dos fabricantes de aeronaves, companhias aéreas, artistas plásticos e dos grandes designers industriais e de moda para o setor.

Estas e outras atrações culturais programadas para acontecer na Basiléia nesta temporada podem ser conferidas no site www.baselmuseums.ch, que traz informações detalhadas de cada mostra, com datas, locais e preços dos ingressos. Basta entrar e conferir o faraônico calendário.