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Governo bloqueará contas de facção
Por Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
19/08/2006 | 03:04
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Os governos estadual e federal vão atacar as finanças do PCC (Primeiro Comando da Capital) para tentar enfraquecer a facção. A Secretaria de Segurança Pública já levantou centenas de contas-correntes usadas pelo grupo e vai repassar os números e nomes de correntistas para que o Banco Central faça o bloqueio.

Essa foi a principal decisão tomada ontem na reunião que inaugurou formalmente o GGI (Gabinete de Gestão Integrada) em São Paulo, que contou com a participação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, do governador Cláudio Lembo (PFL) e do comandante do Exército, general Francisco Albuquerque. Estiveram presentes também os secretários da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto.

A relação das contas – identificadas pelo Dipol (Departamento de Inteligência Policial) – será entregue na próxima reunião do GGI, na quinta-feira, no Comando Militar do Sudeste, em São Paulo. Nesse dossiê, deverá constar o caso de um laranja do PCC que movimenta 200 contas correntes. “O PCC trabalha com diversas contas, pulveriza todo o caixa do grupo. Vamos solicitar ao Banco Central medidas administrativas para bloqueá-las. Não dá para admitir que uma pessoa movimente 200 contas”, afirmou Saulo.

Outra frente que será combatida para desarticular o PCC será o tráfico de drogas, responsável por grande parte da arrecadação do grupo. De acordo com levantamento feito pelo Dipol, diversas biqueiras (pontos de tráfico) ligadas à facção arrecadam, cada uma, entre R$ 300 mil e R$ 500 mil por ano.

Durante a reunião, o secretário cobrou maior empenho do governo federal em fiscalizar as fronteiras do país, para evitar entrada de drogas. O Ministério da Justiça informou que, entre maio e este mês, a Polícia Federal conseguiu apreender em várias operações 18 toneladas de maconha que chegariam em São Paulo para a facção.

Além das finanças e do tráfico, a terceira linha de combate será em relação a roubos a bancos feitos pelo PCC, especialmente em agências da Caixa Econômica Federal. A Polícia Federal já começou investigações apontando que os membros da facção têm predileção em roubar o banco estatal, por haver defasagem tecnológica na segurança. Por causa da burocracia, a CEF demora mais para instalar aparelhos modernos do que bancos privados. “É preciso desarticular as principais fontes de renda do crime organizado para que os criminosos percam forças. Hoje (ontem) demos um passo importante ao efetivar o Gabinete de Gestão Integrada para que as ações de segurança sejam postas em prática no Estado”, disse o ministro Bastos.

O governador Lembo voltou a dispensar tropas do Exército nas ruas, bem como a transferência de presos para o presídio federal de Catanduvas (PR). “Talvez seja melhor deixar os presos no Estado para monitorá-los”. 



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