O dossiê será apresentado pelo presidente municipal do PDT, José Dilson, candidato derrotado para a Prefeitura, que puxou o cordão de apoio ao petista. “Nós, do diretório municipal, não podemos decidir nada. Quem decide é a executiva estadual, se encaminhará ou não o caso à comissão de ética”, explicou Dilson.
Na última quarta-feira, Aidan garantiu em entrevista ao Diário que seguiria as orientações do partido para as alianças no segundo turno. Nesta quinta, de última hora, o recém-eleito mudou de lado e anunciou que vai atuar como cabo eleitoral de Newton Brandão (PSDB). A notícia surpreendeu Dilson e o prefeito Avamileno, que já contavam com o reforço.
Dilson voltou nesta sexta a criticar a postura do colega de partido e classificou como “lamentável” a decisão de Aidan, que, segundo ele, fere a credibilidade do PDT. “Figuras importantes são eleitas pelo partido e agora viram as costas para a legenda, tomando atitudes independentes”, criticou.
Para não incendiar ainda mais a polêmica, em tom mais ameno, Dilson afirmou acreditar que uma “conversa” com Aidan pode resolver a questão. “Pode não ser um caso de expulsão ou advertência. Política se faz com inteligência”, opinou o presidente pedetista, acreditando que as palavras da estadual podem “converter” o futuro vereador. “Ele provavelmente teve suas razões (para apoiar Brandão)”, completou.
Ao comentar o apoio roubado de seu adversário, Brandão disse que Aidan já foi convidado para compor sua administração e “ocupar um cargo do mais alto nível que quiser.” O vereador reeleito pelo PDT, Carlos Ferreira, também pulou a cerca das determinações do diretório de Santo André e confirmou a aliança com o tucano.
Agora, a estadual terá de avaliar o cenário de Santo André e cuidar para que a crise não se agrave. De um lado, José Dilson, que é deputado estadual e uma das figuras mais importantes do partido em São Paulo. Do outro, o vereador mais votado da cidade, cuja saída do PDT poderia enfraquecer a legenda no município. “A votação de Aidan deverá pesar na decisão, sem dúvida. Mas nossa legenda pode também tentar atrair outros vereadores, caso ele e Ferreira saiam do grupo”, avaliou Dilson.
Mesmo que medidas extremas sejam tomadas e Aidan acabe expulso do PDT, ele não perde as condições de assumir o cargo na Câmara. A afirmação é do advogado especialista em questões eleitorais, Alberto Rollo. “A partir do momento em que qualquer candidato recebe o primeiro voto, nenhuma decisão partidária pode comprometer o mandato”, garantiu.
A reportagem do Diário telefonou para Aidan inúmeras vezes durante a tarde e início da noite desta sexta, mas não conseguiu contato com o vereador eleito.
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