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Empresas sofrem com indefinição
William Glauber
Do Diário do Grande ABC
26/08/2006 | 19:45
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A apreensão das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) é palpável entre as que compõem o APL (Arranjo Produtivo Local) do Grande ABC. A organização reúne 54 empresas, sendo que 24 são de autopeças, 18 de plásticos e 12 de ferramentaria, três áreas fortemente ligadas ao setor automotivo.

O gerente de projetos do APL, Raimundo Izaac Libório Júnior, explica que não podia ser diferente. “Quando foi desenhado o APL, se tentou resgatar a vocação do Grande ABC. Por isso são esses três setores – ferramentaria, autopeças e plásticos”, diz.

Adriano Damas da Silva, diretor comercial da Fledlaz, empresa de Ribeirão Pires que emprega 65 pessoas para produzir componentes estampados e conjuntos soldados, está preocupado com a situação na Volkswagen, porque sua empresa está direcionada “99,5%” em autopeças. “Só para a Volks, é 20% da minha produção”, conta. “Seria um baque danado se as montadoras fossem embora. Até fazemos um trabalho para desenvolver outras linhas de produto, mas é muito difícil”, diz o empresário.

O pessoal da Acelik, que trabalha com tornearia de peças para conexão de tubos e freios também está receoso. O sócio-gerente da empresa, que emprega cerca de 40 funcionários em Santo André, João Paschoal, explica que se as montadoras levassem a produção para outra cidade paulista não haveria problema, já que a maioria dos sistemistas – elo entre as MPEs e a indústria automotiva – se encontram no interior do Estado. “O problema seria se eles se mudassem para outros Estados. Daí elas usariam sistemistas desses locais e eu competiria com empresas com menos impostos”, conta.

O maior medo seria de um decorrente efeito dominó após a saída da Volks. “É bastante preocupante. Porque na cola disso tudo podem vir outras coisas. Quem me garante que amanhã a Ford não vai embora? Ou a GM? Se eu fosse dono de montadora, eu estaria fazendo meus cálculos também”, diz.




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