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Professores e alunos de Santo André protestam contra o período integral

Representantes de escolas estaduais da cidade realizaram ato na Diretoria de Ensino do município para cobrar explicações sobre as possíveis mudanças

Por Yasmin Assagra
do Diário do Grande ABC
14/09/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Com o discurso “educação não é mercadoria”, alunos e professores de escolas estaduais de Santo André se reuniram ontem à tarde na Diretoria de Ensino do município, no bairro Jardim, para protestar contra a expansão do PEI (Programa de Ensino Integral) na região. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo anunciou, mês passado, que vai ampliar o projeto a partir de 2020. As escolas interessadas em aderir à medida teriam de demonstrar interesse até ontem, mas, segundo a secretaria estadual, o prazo foi prorrogado até quinta-feira.

Pelo menos 35 pessoas, de dez escolas da cidade, participaram do ato, que começou por volta das 14h, na Rua das Figueiras. Entre as escolas estavam a Padre Aristides Greve, Adamastor de Carvalho, Ivone Palma Todorov e Wanda Bento Gonçalves. Segundo os alunos, o principal objetivo da ação era levar um representante de cada unidade para discutir o cenário com a atual dirigente de ensino, professora Ariane Aparecida Butrico.

“Vamos tentar novamente conversar com a dirigente, trazendo a realidade das escolas por meio dos representantes de cada uma delas. O problema maior está em como esse programa foi passado para os alunos e na precarização das escolas para receber isso”, comenta a presidente da Umes (União Municipal dos Estudantes Secundaristas) de Santo André), Emily Rodrigues. 

Conforme já noticiado pelo Diário, atualmente 417 das 5.770 escolas no Estado estão no programa, sendo 18 no Grande ABC, o que gerou polêmica e manifestações nas instituições de ensino da região contra o projeto. 

Para o diretor da Umes Matheus Gomes, a medida foi uma “grande falha na educação”, pois não houve discussão prévia sobre as mudanças. “Os diretores das escolas tomaram atitudes antes de dialogar com alunos e pais. Não fomos conscientizados de forma correta sobre o programa e, além disso, existe o fator da falta de estrutura nas escolas. Com uma série de problemas. Como podemos aceitat isso?”, cobra.

Para a gestora de ensino integral Bruna Waitman, a premissa básica do programa é o desejo da comunidade escolar. “O objetivo é que o conselho converse com a comunidade e registre esse desejo em atas de reuniões. Além disso, também verificamos a infraestrutura das escolas para colocar no programa. Importante ressaltar que a escola que não deseja o programa não precisa ingressar”, explica.

Segundo os alunos, a reunião com a dirigente não foi satisfatória. Em ata, afirmam que querem que “os diretores aceitem a presença das entidades de classe (dos estudantes) no conselho e que o mesmo obedeça à legislação”. 




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