Política Titulo Mauá
STJ nega liminar para proteger Atila de prisão

Defesa também pede que ações contra prefeito de Mauá tramitem na Justiça estadual, não federal

Júnior Carvalho
do dgabc.com.br
20/03/2019 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou no fim da tarde de ontem, em caráter liminar, habeas corpus que a defesa do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), havia solicitado para proteger que fosse determinada nova prisão do socialista. O pedido também visava transferir a tramitação de seus processos, oriundos da Operação Trato Feito, para a Justiça estadual, em vez da federal.

Em sua decisão, o ministro Rogério Schietti Cruz citou que há outro habeas corpus tramitando na Corte em que a defesa de Atila pleiteia essas mesmas questões – também foi negado em caráter liminar. Além disso, o magistrado destacou que “a defesa cinge-se a afirmações vagas (ao sustentar que ‘a todo o tempo chegam informações de que Atila será novamente custodiado’), deixando de apontar fatos concretos que indiquem a possibilidade real de vir a ser decretada a prisão preventiva do paciente”. “A jurisprudência desta Corte Superior é firme em salientar que, mesmo para a concessão de habeas corpus preventivo, exige-se uma real ameaça ao direito de locomoção, não bastando uma suposição infundada de que venha a ocorrer algum constrangimento ilegal”, argumentou o ministro.

Schietti Cruz contesta ainda outro dado apontado pela defesa de Atila no pedido, ao informar que, no dia 28, a Polícia Federal pediu, mais uma vez, a prisão do prefeito “de maneira manifestamente ilegal e infundada, em verdadeira e inquestionável perseguição”. “Observo que o STJ tem jurisprudência no sentido de que a mera suposição de que o juiz poderá acatar pedido de prisão preventiva feito pela autoridade policial, sequer ratificado pelo Ministério Público, não justifica a impetração, porquanto não demonstrado risco iminente e concreto à liberdade de locomoção do recorrente”, salientou o ministro do STJ.
<EM>No domingo, o Diário revelou com exclusividade que a PF tentou prender Atila pela terceira vez, recentemente, mas que o pedido feito ao TRF-3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região foi negado. Além do STJ, a defesa também recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar preservar o prefeito de eventual nova detenção. No pleito, pediu que o ministro Gilmar Mendes fosse mais explícito em sua decisão que autorizou Atila a deixar a cadeia da última vez, para não deixar dúvidas de que o socialista está livre para exercer o cargo no Paço.

RECURSO
Advogado de Atila, Daniel Bialski antecipou que a defesa vai recorrer da decisão do STJ no próprio STF. “Vamos continuar recorrendo. A gente não vai cessar nossos esforços enquanto não conseguirmos que seja reconhecido, assim como concorda o MPF (Ministério Público Federal), que a competência não é da Justiça federal e sim da estadual.” 




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