Mergulhada em grave crise financeiras nos últimos anos e às voltas com dívidas vultosas, a FSA (Fundação Santo André) finalmente pode começar a ver uma luz no fim do túnel de incertezas que ainda coloca em risco até mesmo a sobrevivência de uma instituição que é parte da história do Ensino Superior no Grande ABC. A esperança de colocar a casa em ordem e abrir caminhos para reforçar as finanças com convênios com entidades, empresas e poder público renasceu com a adesão a programa federal de regularização tributária batizado de Refis da Crise, aberto no início do mês.

Equacionar uma dívida com a Receita Federal que passou de R$ 27 milhões para R$ 108 milhões entre 2007 e 2017 só seria possível com parcelamento, ainda mais quando se sabe que a FSA vive aperto financeiro impulsionado pela queda no número de alunos – já foi de cerca de 12 mil e hoje está em 4.500 – e alto índice de inadimplência. Sem contar outra dívida, herdada de gestões passadas, de R$ 60 milhões, que consome R$ 500 mil do orçamento mensal para pagamento de parcelas de acordos bancários e tributários.

O parcelamento do débito com a Receita Federal não significa que todas as nuvens negras que pairam sobre as contas da instituição vão desaparecer em passe de mágica, mas é passo fundamental para que recupere a tão almejada CND (Certidão Negativa de Débitos), documento que poderá abrir portas para parcerias que coloquem recursos extras no caixa. E dinheiro com o qual hoje não pode contar é condição essencial para começar a colocar a casa financeira em ordem.

Obviamente não é a salvação da lavoura devastada quase por completo por desmandos de antigos gestores. Mas é passo importante. Assim como são a criação do Instituto de apoio à FSA, implantado no início do mês como alternativa à captação de recursos, e cortes de gastos e reestruturação administrativa que já estão em curso. As iniciativas para salvar a instituição parecem delineadas, mas é bom que o script traçado seja mantido e que não haja empolgação caso o caixa volte a ser azul.