Em razão do Dia Internacional de Combate à Homofobia, comemorado hoje, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC realiza debate sobre as principais demandas da região referentes às políticas públicas de interesse da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). O evento, que ocorre das 9h às 12h na sede da entidade, tem como objetivo desenvolver e discutir ações para este público, que carece de iniciativas. Durante o encontro serão expostas as dificuldades enfrentadas por esta comunidade nas sete cidades.

“É um grupo que luta há sete anos no Consórcio. A maior dificuldade é não saber lidar com a falta de aceitação da sociedade com essas pessoas”, diz Silvia Altafim, integrante do Grupo de Trabalho LGBT da entidade. A ideia é que os encaminhamentos dos casos, a dificuldade das situações e o contato entre os setores da sociedade sejam melhorados.“Essa proposta de conversar é realmente para trazer o poder público para saber quais são as ações para a temática. Vai de cada município”, aponta.

Para o fundador e presidente de honra da ONG ABCD'S (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), Marcelo Gil, há a necessidade de visibilidade ao tema. “Temos acompanhado os casos de homofobia e de transfobia na região. A Parada do Orgulho LGBT de Santo André está prevista para o dia 29 de outubro. Temos de aplaudir, no momento, a Prefeitura de Santo André, que em parceria vai realizar o dia da luta contra a homofobia e transfobia”, avalia

O governo andreense destaca que a população LGBT tem garantida pontuação específica dentro dos critérios de seleção para a modalidade de GTIS (Geração de Trabalho de Interesse Social). “Além disso, os casos de violação de direitos da população LGBT são atendidos pelas equipes do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e Vem Maria – Centro de Referência de Atendimento à Mulher em situação de violência doméstica”, destaca o Paço, em nota, lembrando que o poder público apoia ações culturais do movimento LGBT ao ceder espaço para realização dos eventos.

A Prefeitura de São Bernardo afirmou que a principal demanda ainda é a necessidade de acolhimento e de respeito à diversidade por parte de todos os segmentos da sociedade. “Os principais e mais graves entraves, ainda que estejamos no século 21, dizem respeito a questões religiosas, de intolerância e de preconceito. A escola pública de São Bernardo preza pela igualdade de atendimento a todos que dela fizerem uso, desta forma, dentre nossos princípios o respeito à diversidade é parte dos planos escolares e das ações do dia a dia no espaço escolar”, ressalta a administração.

A Prefeitura de Mauá divulgou que a Secretaria de Ação Social e Cidadania tem investido na implementação de políticas públicas em apoio a homossexuais e, na próxima semana, realizará amplo trabalho de conscientização durante o dia na Praça 22 de Novembro. “A partir das 19h, o Conselho Municipal de Direitos Humanos e Cidadania LGBT realiza atividades de conscientização contra a LGBTFobia no Centro de Formação de Professores Miguel Arraes”, reforça a nota.

A Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou organizar a eleição do conselho e preparar lei de combate à homofobia. “Implementamos o projeto Jovens Multiplicadores, criamos a Coordenadoria de Gênero e Diversidade Sexual e realizaremos gratuitamente, no dia 20, a partir das 18h, na Vila do Doce (Rua Boa Vista s/n), o 1º Festival de Combate à Homofobia de Ribeirão Pires com artistas engajados e de reconhecimento nacional (destaque para Léo Aquila e MC Trans)”, informa em nota.

As prefeituras de São Caetano, de Diadema e de Rio Grande da Serra não se pronunciaram sobre o tema.