Dois meses depois de vencer disputa pelo comando da Prefeitura de Ribeirão Pires, o prefeito eleito Adler Kiko Teixeira (PSB) obteve êxito também no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que deferiu por unanimidade seu registro de candidatura. O pleito era questionado por aliados de seu oponente na corrida eleitoral Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS).

Em despacho publicado na sexta-feira, o TSE deu aval ao registro de Kiko, mediante pedido de impugnação pelo diretório municipal do PP, aliado de Dedé, argumentando parecer de rejeição do socialista ao balanço contábil quando era presidente da Câmara de Rio Grande da Serra, em 2004. O mesmo processo tramitou pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo, com vitória de Kiko.

A defesa do prefeito eleito argumentou ter atendido os requisitos de elegibilidade para tornar apta a candidatura ao Paço de Ribeirão.

“Eu recebi a decisão do TSE com muita naturalidade, porque a campanha eleitoral foi marcada pela judicialização. Faz parte do jogo político e isso foi uma tendência em muitos locais. Porém, trabalhamos com uma defesa sólida, pautada em argumentos concretos”, comentou Kiko.

Em janeiro, quando Kiko formatava projeto político ao Executivo ribeirão-pirense, o ministro do STF Edson Fachin anulou o parecer negativo dado pelo TCE sobre as contas do prefeito eleito na Câmara de Rio Grande.

Mesmo assim, o tema foi bastante explorado na disputa eleitoral, principalmente por meio das redes sociais. Kiko dedicou boa parte da campanha para assegurar legitimidade em seu registro.

“Foi factoide criado para confundir a população de que eu não podia ser candidato. Uma prática fraca e que acabou sem se sustentar”, pontuou o socialista.

No dia 2 de outubro, Kiko sagrou-se vitorioso no confronto pelo Paço ao registrar 30,31% dos votos válidos (17.703 sufrágios), à frente de Dedé, que conquistou 26,34% das adesões (15.385 votos) e José Carlos Grecco (PRB), detentor de 13.942 da preferência do eleitorado ou 23,87%.

O êxito fez Kiko entrar para a história na região ao marcar o nome a administrar mais de uma cidade no Grande ABC. O único até então político a comandar dois municípios havia sido Lauro Gomes (1895-1964), prefeito de Santo André e também de São Bernardo nas décadas de 1950 e 1960.