Política Titulo São Bernardo
Marinho busca Consórcio para ter influência regional

Com indicados estratégicos e articulador
de contratos, prefeito faz lobby por Maranhão

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/11/2016 | 07:00
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Andréa Iseki/Arquivo DGABC


O lobby do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para emplacar o chefe do Executivo de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), como presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC tem como objetivo manter influência petista na entidade regional com Orçamento turbinado e cargos indicados por Marinho nas principais funções do bloco. A ideia seria fazer do clube de prefeitos base disfarçada do petismo da região em órgãos públicos, uma vez que nenhum candidato a prefeito do partido venceu o pleito municipal.

A atual configuração administrativa do Consórcio mostra que Marinho detém figuras de sua confiança nas três funções essenciais do grupo – Luis Paulo Bresciani (PT) como secretário executivo e salário de R$ 17,3 mil; Leandro Piccino (ex-presidente da OAB são-bernardense) como diretor jurídico e vencimentos de R$ 13,9 mil; e o ex-vereador Hamilton Lacerda (PT) como diretor de programas e projetos e contracheque de R$ 13,9 mil. Outra figura ligada à administração de São Bernardo é Andrea Brísida, integrante da Pasta de Transportes e Vias Públicas da gestão Marinho e que preside o GT (Grupo de Trabalho) de Mobilidade Urbana do Consórcio.

Marinho ainda conta com indicados na Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, ligada ao Consórcio. Giovanni Rocco, que tem passagem pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo no currículo, hoje é secretário executivo do órgão. Sobrinha do prefeito petista, Ana Paula Marinho é coordenadora de convênios e contratos. Marinho, inclusive, havia bancado o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques (PT), como líder da agência – Rafael ficou entre 2013 e 2015 como presidente da instituição.

Além dos cargos, estaria nos planos de Marinho ter acesso a contratos assinados pelo Consórcio com o governo federal. Pacote de Mobilidade Urbana está vinculado à entidade regional – a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) prometeu, por meio do bloco, repasse de R$ 2,1 bilhões, o que ainda não se concretizou.

A estratégia de Marinho de colocar Maranhão à frente do Consórcio foi utilizada em 2015, quando o tucano liderou o grupo por impedimento regimental à segunda reeleição do petista (que havia presidido a instituição em 2013 e 2014). O acordo manteve os cargos indicados por Marinho em áreas estratégicas do clube de prefeitos. Maranhão já aceitou indicação de Marinho para 2017. 




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