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Acampamento de demitidos da Fameq cresce com representantes da Keiper

Fabricante de bancos deve verbas rescisórias e multa de 40% do FGTS

Paula Oliveira
Especial para o Diário
14/10/2016 | 07:21
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Cerca de 140 funcionários da Fameq – que fabricava componentes de bancos automotivos em São Paulo e integrava a Keiper Metalls do Brasil, de Mauá – seguem acampados em frente ao portão da autopeça em protesto pelo não recebimento das verbas rescisórias. Os operários, demitidos há dois meses, estão no local desde a semana passada. Agora, eles ganharam reforços de empregados da Keiper, que afirmam não terem recebido a multa de 40% referente ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Em torno de 300 tiverem seus contratos de trabalho suspensos no início de setembro.

Durante as negociações da demissão foi acertado entre a Keiper e a Volkswagen a retirada dos bancos em estoque, porém, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, este acordo foi quebrado. “Se tivessem mantido isso, talvez as rescisões tivessem sido todas pagas. Não se sabe quem é o culpado. Havia cláusulas sigilosas no acordo, às quais o sindicato não teve acesso. Tem hora que a Volks diz que a Keiper rompeu o contrato e, em outro momento, a Keiper diz que a Volks é a culpada”, conta o diretor administrativo e financeiro da entidade, Adilson Torres, o Sapão.

Desde que o contrato de fornecimento foi rompido, a Keiper, que produzia e estampava bancos para a montadora, alegou que não possuía verba disponível para fazer os devidos pagamentos aos funcionários. Isso porque cerca de 85% do faturamento da empresa provinha da Volkswagen.

Na última audiência, realizada em São Roque (Interior), foi acertado que o bloqueio dos títulos recebíveis da Volkswagen, cujo valor é estimado em R$ 7,2 milhões, deveria ser liberado para fazer o pagamento dos funcionários e das multas, que até hoje não foram pagas, de acordo com Sapão. “Nós pedimos que o montante seja depositado na conta de cada base do sindicato para que a Keiper possa fazer este pagamento”, explica.

Hoje, o sindicato irá conversar com os trabalhadores acampados sobre os rumos da mobilização. Segundo ele, a preocupação é se a empresa conseguirá se recuperar, porque na Keiper ainda estão trabalhando cerca de 120 funcionários. “Se o pior acontecer, e a empresa fechar as portas, não sabemos como a situação irá ficar. Nós não sabemos o que vai acontecer daqui para frente. Será feita assembleia reunindo sindicatos da região e de São Paulo, com os operários, para discutirmos o cenário”, diz Sapão.

Procuradas, Keiper e Volks não se manifestaram. 




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