Depois de quase cinquenta anos de sua primeira indicação ao Oscar, o cinema brasileiro vive hoje a sua maior oportunidade de faturar uma estatueta da premiação mais importante do mundo da sétima arte.

Carlinhos Brown e Sérgio Mendes concorrem ao prêmio de melhor canção original com a parceria 'Real in Rio', da animação, 'Rio', do também brasileiro Carlos Saldanha. A obra conta também com letra em inglês do compositor Siedah Garrett. A chance deles faturarem a premiação é grande, pois há apenas um concorrente no páreo: Bret McKenzie, com 'Man or Muppet', da trilha sonora de 'Os Muppets'.

O baiano Carlinhos Brown, que viajou aos Estados Unidos para conferir a cerimônia, aposta que a percussão brasileira, com sua fusão de ritmos e culturas, que vivem em comunhão desde a formação do Brasil, credencia sua composição como boa aposta da noite.

No ano em que a concorrente não sai do mais do mesmo, é bem provável que 'Real in Rio' seja coroada. A riqueza percussiva, a sonoridade colorida e a pulsante bateria que compõem a música têm tudo para premiar o Brasil pelo que ele tem de melhor.

História nacional da premiação

A primeira indicação do Brasil no maior prêmio do cinema foi com 'O Pagador de Promessas', de Anselmo Duarte, que concorreu a melhor filme estrangeiro em 1963. Acabou perdendo para o francês 'Sempre aos Domingos'.

Somente três décadas depois, em 1996, o Brasil chegou ao Oscar novamente, com 'O Quatrilho', de Fábio Barreto. O longa com Glória Pires, Patrícia Pillar e Gianfranceso Guarnieri foi desbancado pelo holandês 'A Excêntrica Família de Antonia'.

Dois anos depois, em 1998, 'O Que É Isso Companheiro?', assinado por Bruno Barreto, também foi indicado a melhor filme estrangeiro. Perdeu mais uma vez para a Holanda, com 'Caráter'.

'Central do Brasil', de Walter Salles, no ano seguinte, teve chances de melhor filme estrangeiro e melhor atriz (Fernanda Montenegro). 'A Vida é Bela', do italiano Roberto Benigni, e a norte-americana Gwyneth Paltrow, por atuação em 'Shakespeare Apaixonado', ficaram com as estatuetas.

A últimos vez do Brasil no Oscar havia sido em 2004, quando 'Cidade de Deus', de Fernando Meirelles, foi indicado nas categorias melhor diretor, melhor edição, melhor roteiro adaptado e melhor fotografia.

O cinema nacional não tem tido sorte na cerimônia e agora é o momento de apostar em nossa música.