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Por dentro da Meteorologia
Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
26/02/2012 | 07:00
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Seja qual for o compromisso, é sempre bom saber como vai estar o tempo. Quem ajuda nessa missão é o meteorologista, profissional que estuda os fenômenos da atmosfera e suas relações com os seres vivos. Pode trabalhar em empresas e órgãos públicos fazendo a previsão ou pesquisas.

Analisa imagens captadas via satélite, acompanha movimentos atmosféricos por equipamentos especializados e recolhe dados, como temperatura, vento, chuva, umidade, corrente marítima e de ar. Após estudá-los, consegue prever as características climáticas.

Esses resultados são importantes para áreas como agricultura, pois ajudam a calcular as melhores épocas de colheita e plantio. Nos centros urbanos, prevê chuvas fortes e possibilidade de enchentes e catástrofes naturais. O meteorologista também pode desenvolver novas tecnologias, aperfeiçoar modelos de equipamentos, descobrir como se comportam fenômenos naturais como o aquecimento global, fazer pesquisas relacionadas à saúde e economia.

Para se especializar na área, é necessário cursar faculdade de Meteorologia. A duração média é de quatro anos e engloba matérias como Física, Química, Geografia, Estatística, Biologia, Agronomia, entre outras. "Tem de gostar de cálculos", enfatiza André Madeira, meteorologista da empresa Climatempo. Ele lembra também que dedicação é indispensável.

Outra característica desejável ao profissional é ser capaz de interpretar fenômenos físicos aplicados à atmosfera. "É boa opção para quem tem vocação para ciências exatas e boa capacidade de interpretação de imagens e campos espaciais", explica Adalgiza Fornaro, meteorologista do Instituto de Ciências Atmosféricas da USP.

Entre as instituições que oferecem o curso estão a USP e as universidades federais do Rio de Janeiro, de Pelotas (RS), de Alagoas e do Pará. O salário inicial gira em torno de R$ 3.000, o intermediário é de R$ 5.000 e no auge, chega a R$ 7.000.

Depois de cursar a faculdade, o ideal é procurar estágio. Em geral, recém-formados são recrutados para fazer previsão do tempo. Por isso, tem de se acostumar com a ideia de trabalhar de fim de semana. Afinal, é tarefa que deve ser feita todos os dias, inclusive em feriados. "O trabalho é importante para o dia a dia das pessoas, desde a preocupação com molhar as roupas do varal até calcular o tempo de uma obra com prazo para terminar", explica o especialista, que se acostumou com as frequentes perguntas de familiares e amigos em relação ao clima.

Outras funções da meteorologista:

 - Para o dia-a-dia ao programar atividades em função das condições do tempo (chuva, não chuva, ventos fortes, calor, frio, etc.)

- Na aeronáutica, para elaboração de planos de vôos, ocorrência de tempestades na pista, nevoeiros;

- Para a defesa civil a previsão de eventos extremos (tempestades, chuvas contínuas por longo período, ressacas no mar, ventos fortes) é utilizada para evacuar áreas e prevenir perdas de vida;

- Na marinha, para a avaliação de condições de navegação e organização de trajetória de navios, buscando evitar regiões de sistemas meteorológicos, tais como, furacões, ciclones extratropicais, tempestades severas.

- Qualidade do ar onde se procurar conhecer condições para ocorrência de eventos de poluição de ar, já que regiões muito poluídas aumentam a incidência de doenças.

 

Sismólogo não prevê, mas estuda terremotos

Meteorologista é capaz de prever sol, chuva e até furacão. E terremoto? O fenômeno não pode ser previsto pela ciência, mas há especialista que o estuda: o sismólogo. O nome vem de sismo, que significa tremor da superfície da Terra.

O profissional estuda as causas das vibrações naturais e como elas se distribuem pelo planeta, além de descobrir onde há mais ou menos risco para ocorrer. O aparelho usado para as pesquisas é o sismógrafo, que registra as vibrações provocadas no solo. "Dá para trabalhar como professor em universidades ou fazer pesquisa de campo", explica o sismólogo Marcelo Assumpção, professor do curso de Geofísica da USP.

Há empresas e órgãos públicos que também contratam o profissional quando precisam aplicar barragens hidroelétricas ou instalar um lago artificial. "Tudo isso cria tremores de terra e tem de monitorar." O salário depende da área em que atua e do grau de escolaridade. Se tiver mestrado recebe em torno de R$ 8.000.

Não existe graduação de sismologia. Tem de cursar Geofísica, Física ou Geologia e fazer pós-graduação que o especialize na área. É possível encontrar os cursos na USP e nas universidades federais da Bahia, Pará, Rio Grande do Norte, Niterói e em Caçapava do Sul, no Rio Grande do Sul.




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