Setecidades Titulo São Bernardo
Comerciantes apontam queda de 80% nas vendas

Desabamento de prédio em São Bernardo interditou ruas

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
23/02/2012 | 07:00
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Os comerciantes do entorno do Edifício Senador, que foi parcialmente destruído há 18 dias na região central de São Bernardo e continua interditado pela polícia e Defesa Civil, reclamam da queda de cerca de 80% no movimento diário. Após o acidente, a Prefeitura interditou o início da Avenida Índico, exatamente na frente do prédio e de uma agência bancária, o que impede o trânsito de veículos.

Além de parte da Índico, a Rua Antilhas, travessa da avenida, também tem o acesso bloqueado. A interrupção das vias levou os comerciantes a fazer abaixo-assinado para abertura de, pelo menos, um dos acessos - cerca de 30 adesões foram obtidas e enviadas ao governo municipal. Entre os pontos comerciais prejudicados, segundo os proprietários e funcionários, estão consultórios médicos e dentários, farmácia, roupas, acessórios, estacionamento, lanchonetes e restaurantes.

A equipe do Diário esteve no local para falar com os comerciantes. A maioria confirmou a queda nas vendas, a partir da interdição das vias. "O futuro da rua é uma incógnita", desabafou Luiz Jorge Menezes Mendonça Filho, que encabeçou o abaixo-assinado. Sócio-proprietário do tradicional Restaurante Nordestão, há 43 anos na Avenida Índico, Mendonça Filho disse que, pela primeira vez, não abriu a casa no feriado prolongado do Carnaval. "O movimento caiu, em média, 80%", afirmou.

Segundo o comerciante do ramo de alimentação, nos dias de semana, circulam pela casa cerca de 300 a 400 pessoas. Desde o acidente, o número baixou entre 100 e 120 - nos fins de semana, de 300 para 60. "Simplesmente lacraram o prédio e isolaram o acesso dos carros, depois do acidente. Mas ninguém da Prefeitura apareceu mais por aqui", criticou Mendonça Filho.

Para uma médica homeopata, que possui consultório no primeiro quarterião da Índico e não quis se identificar, a queda de consumidores é notória no local. "Se existe medo que o prédio caia, o início da Rua Jurubatuba também deveria ser fechado para o trânsito de veículos", apontou.

Se houve queda nos comércios de alimentação, a situação não é nada confortável para o estacionamento localizado próximo ao prédio interditado. Sem acesso de veículos na avenida, de mão única, simplesmente o local permanece às moscas.

A Prefeitura confirmou ontem o recebimento do abaixo-assinado, mas afirmou que a liberação das vias segue condicionada à conclusão da apuração dos fatos. Ou seja, a interdição será mantida até a entrega dos laudos periciais sobre as causas do acidente.

O titular do 1º Distrito Policial de São Bernardo, Victor Vasconcellos Lutti, disse ontem que ainda não há nenhuma novidade sobre a causa do acidente, que provocou a morte de duas pessoas - uma criança de 3 anos e uma enfermeira de 26. Ambas foram encontradas sob os escombros pelos bombeiros - todas as salas com final 4 foram completamente destruídas no início da noite do dia 6. O prédio, com 14 andares, é comercial e particular (inaugurado em 1978). A provável causa seria vazamento na cobertura.




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