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França quer negociar com o Irã antes do fim do ultimato
Da AFP
29/08/2006 | 12:57
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A comunidade internacional permanece dividida sobre que atitude adotar em relação ao Irã, mas as autoridades francesas se mostram dispostas a retomar o diálogo com Teerã sobre a crise nuclear, a apenas dois dias do fim de um ultimato dado pelo Conselho de Segurança da ONU.

"As autoridades iranianas se dizem abertas a um diálogo e dispostas a reiniciar as discussões. Sem renunciar à exigência de suspensão das atividades consideradas sensíveis, a França também está disposta a retomar o diálogo", disse o ministro francês das Relações Exteriores, Philippe Douste-Blazy.

O Irã se nega a suspender o enriquecimento de urânio, como exige o Conselho de Segurança, que emitiu um ultimato contra Teerã que expira na quinta-feira, mas propôs negociações com os ministros das seis grandes potências envolvidas nas conversações para resolver a questão.

"Até o momento, a resposta de Teerã às propostas da comunidade internacional não foi satisfatória", disse Douste-Blazy, que considera que a questão essencial é a suspensão das atividades nucleares sensíveis, um gesto essencial para restabelecer a confiança entre todas as partes que participam nas negociações.

Na segunda-feira, o presidente francês, Jacques Chirac, pediu às autoridades iranianas que façam os gestos necessários para dissipar os temores internacionais em relação ao programa nuclear. A comunidade internacional teme que o Irã utilize as atividades de enriquecimento de urânio para produzir armamento atômico.

De acordo com fontes diplomáticas européias, o Alto Representante da União Européia (UE) para a Política Externa, Javier Solana, quer organizar uma reunião com o principal negociador iraniano para o tema nuclear, Ali Larijani, antes do final de agosto.

A reunião, que aconteceria na Europa, contaria com as presenças, além de Larijani e Solana, de diplomatas da UE-3 (França, Grã-Bretanha e Alemanha), os três países que negociaram com o Irã em nome das seis grandes potências (que integram ao lado dos EUA, Rússia e China).

O diretor da companhia nacional petroleira iraniana, Gholam Hossein Nozari, disse que o Irã, segundo maior integrante da Organização de Produtores de Petróleo (OPEP), está preparado para enfrentar as eventuais sanções do Conselho de Segurança da ONU nessa área por sua rejeição em suspender o enriquecimento de urânio.
 
 "Caso sejam impostas sanções ao nosso país, o Ministério do Petróleo estará na primeira linha e por isso temos nos preparado para enfrentar essas sanções", disse Nozari.




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