Automóveis Titulo
Hatch de respeito
Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
05/10/2011 | 07:01
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Marina Brandão/DGABC


 

A versão sedã vinda do México chegou aqui há um ano. Agora é a vez do hatchback - mas que não aposenta o irmão homônimo produzido em Camaçari (BA), que segue na concorrência pela preferência do consumidor que aprecia a praticidade e espaço dos hatches inchadinhos.

A dianteira não é novidade por aqui. É exatamente a mesma da versão sedã - salvo a grade - assim como o motor 1.6 Sigma 16V que foi lançado em 2010 e bebe tanto gasolina, quanto etanol e desenvolve 110 cv e 115 cv, respectivamente.

Já a traseira, embora já exiba suas linhas pelas ruas de vários países da Europa, além de Índia, China e Estados Unidos, promete chamar a atenção do consumidor brasileiro, afinal, o hatch global da Ford tem mesmo a intenção de fazer barulho por aqui. Para isso, abusa das linhas modernas. As lanternas invadem a coluna C, chegando até o aerofólio. O para-choque tem refletores integrados. E o toque final fica por conta da régua cromada, que abriga o logo da fabricante.

 

O PREÇO

De acordo com Rodnei Ramos, que responde pelo marketing da Ford, "o cliente que busca esse tipo de veículo não busca valores, mas design e proposta". Mas o fato é que carro é um investimento alto no Brasil, por isso, antes de falar de atributos, novidades e comportamento, vale informar que a montadora do oval azul pede R$ 48.950 pela versão de entrada do hatchack.

O preço chega a R$ 54.950 na versão topo de linha, que vem da fábrica da montadora no México com ar-condicionado, trio elétrico, rodas de liga leve com 16 polegadas, sete air bags, bancos revestidos em couro, computador de bordo, freios antitravamento, entre outros itens. Como novidade, a Ford inclui na lista do New Fiesta - como batizou o modelo - a assistência em rampas, controle de estabilidade eletrônico, espelhos retrovisores externos de área ampliada com sistema de aquecimento e luzes indicadoras de direção, iluminação com LEDs, molduras cromadas no para-choque, entre outros detalhes.

Mas a grande aposta é o Sync, sistema de entretenimento que garante as mais diversas funções por meio de simples comando de voz.

 

DESEMPENHO

Para testar as aptidões do New Fiesta na prática, demos algumas voltas com o modelo no Kartódromo de Aldeia da Serra, em São Paulo. Um trajeto curto, mas o suficiente para perceber que a Ford deixou o conforto extremo nos carros do passado - lembre das suspensões macias do Escort e da primeira geração do Fiesta, por exemplo. O modo de condução não chega a ser esportivo, mas a suspensão é firme.

As trocas do câmbio manual de cinco marchas são bem acertadas. Segundo a marca, a opção automática de seis velocidades (vendida lá fora) não virá para cá, pois bateria de frente com o irmão Focus, pertencente a um segmento acima.

Apesar de abusar do plástico duro, o interior segue a carroceria e preza pela modernidade - o mesmo da versão sedã.

A marca não fala em números, mas a expectativa é vender duas vezes e meia o volume do New Fiesta Sedan, que emplaca média de 1.000 unidades por mês.

 

Fiesta: uma história cheia de idas e vindas

 

Ele nasceu tímido, franzino, com linhas retas e uma aparência meio indefinida, não parecia com nada, nem lembrava ninguém. Na verdade, chegou ao Brasil importado da Espanha lá pelos idos de 1995, quando já recebeu a dura missão de rivalizar com o Chevrolet Corsa.

Charme ele não tinha tanto, funcionalidade, tampouco. Mas havia, sim, quem curtisse seu design meio quadradão (típico de carros daquela época).

Em 1996, já produzido no Brasil, por fazer sucesso com as mulheres (que em muitos casos acabavam adquirindo o modelo como primeira opção de compra), ganhou linhas mais arredondadas. Os olhos (faróis) ficaram meio caídos e a boca (grade dianteira) formava exatamente o contorno do oval azul - símbolo da montadora.

Atrás, as lanternas saltavam pela carroceria, isso motivou o famoso apelido Fiesta sapinho, que reina até hoje nas rodas de conversa.

Depois de mudanças radicais (inclusive na parte mecânica, com a adoção do motor Zetec RoCam 1.0 de 65 cv e 1.6 de 95 cv) cheguou à adolescência - e se rebelou totalmente.

O ano era 2002 - o mesmo da chegada da versão sedã - e ele era praticamente outro. Ganhou carroceria, mecânica e interior completamente novos. Seu coração batia mais forte (falamos dos blocos Supercharger). Mas havia, sim, quem dissesse que não tinha personalidade e copiava a roupa de seu principal adversário - de novo, bateu de frente com o Chevrolet Corsa, que acabara de ganhar a segunda geração. Não era difícil achar alguém que confundisse ambos os hatchbacks nas ruas.

Nessa última década, nada de mudanças. Levou apenas alguns tapinhas no visual, tentou-se vestir aquela roupa aventureita (vulgo Fiesta Trail, de 2006, mesmo ano do novo motor 1.0 Flex) mas a idade vem chegando e é necessária uma recauchutagem, afinal, já tornou-se um adulto e é hora de buscar novos horizontes. As novas vítimas? Fiat Punto e VW Polo. �sa�/� u� ica, demos algumas voltas com o modelo no Kartódromo de Aldeia da Serra, em São Paulo. Um trajeto curto, mas o suficiente para perceber que a Ford deixou o conforto extremo nos carros do passado - lembre das suspensões macias do Escort e da primeira geração do Fiesta, por exemplo. O modo de condução não chega a ser esportivo, mas a suspensão é firme.

 

As trocas do câmbio manual de cinco marchas são bem acertadas. Segundo a marca, a opção automática de seis velocidades (vendida lá fora) não virá para cá, pois bateria de frente com o irmão Focus, pertencente a um segmento acima.

Apesar de abusar do plástico duro, o interior segue a carroceria e preza pela modernidade - o mesmo da versão sedã.

A marca não fala em números, mas a expectativa é vender duas vezes e meia o volume do New Fiesta Sedan, que emplaca média de 1.000 unidades por mês.

 

Fiesta: uma história cheia de idas e vindas

Ele nasceu tímido, franzino, com linhas retas e uma aparência meio indefinida, não parecia com nada, nem lembrava ninguém. Na verdade, chegou ao Brasil importado da Espanha lá pelos idos de 1995, quando já recebeu a dura missão de rivalizar com o Chevrolet Corsa.

Charme ele não tinha tanto, funcionalidade, tampouco. Mas havia, sim, quem curtisse seu design meio quadradão (típico de carros daquela época).

Em 1996, já produzido no Brasil, por fazer sucesso com as mulheres (que em muitos casos acabavam adquirindo o modelo como primeira opção de compra), ganhou linhas mais arredondadas. Os olhos (faróis) ficaram meio caídos e a boca (grade dianteira) formava exatamente o contorno do oval azul - símbolo da montadora.

Atrás, as lanternas saltavam pela carroceria, isso motivou o famoso apelido Fiesta sapinho, que reina até hoje nas rodas de conversa.

Depois de mudanças radicais (inclusive na parte mecânica, com a adoção do motor Zetec RoCam 1.0 de 65 cv e 1.6 de 95 cv) cheguou à adolescência - e se rebelou totalmente.

O ano era 2002 - o mesmo da chegada da versão sedã - e ele era praticamente outro. Ganhou carroceria, mecânica e interior completamente novos. Seu coração batia mais forte (falamos dos blocos Supercharger). Mas havia, sim, quem dissesse que não tinha personalidade e copiava a roupa de seu principal adversário - de novo, bateu de frente com o Chevrolet Corsa, que acabara de ganhar a segunda geração. Não era difícil achar alguém que confundisse ambos os hatchbacks nas ruas.

Nessa última década, nada de mudanças. Levou apenas alguns tapinhas no visual, tentou-se vestir aquela roupa aventureita (vulgo Fiesta Trail, de 2006, mesmo ano do novo motor 1.0 Flex) mas a idade vem chegando e é necessária uma recauchutagem, afinal, já tornou-se um adulto e é hora de buscar novos horizontes. As novas vítimas? Fiat Punto e VW Polo.

 




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