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Indústria provoca saldo negativo no emprego da região em maio

Resultado do mês foi de 62 demissões; só em fábricas foram 826 cortes de trabalhadores

Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
28/06/2019 | 07:17
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Pixabay


Impactado pelo desempenho da indústria, o saldo do emprego com carteira assinada no Grande ABC voltou a ficar no negativo em maio. Após registrar a geração de 2.039 postos de trabalho em abril, o último mês fechou com 62 demissões. O resultado só não foi pior por causa dos demais setores, que somaram 772 contratações no mês, com destaque para serviços (387). A indústria da transformação, por sua vez, demitiu 826 trabalhadores.

Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados ontem pelo Ministério da Economia e tabulados pelo Diário. Além do setor de serviços, o comércio da região realizou 226 contratações e a construção civil, 159.

De acordo com o coordenador de estudos do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, professor Sandro Maskio, as demissões na indústria são explicadas pelo cenário econômico atual. “Por conta da incerteza, a redução da atividade produtiva vem acontecendo e as indústrias têm andado no compasso de espera”, afirmou o especialista, pontuando que a área nutre expectativa da aprovação das reformas da Previdência e tributária. “O governo vem demonstrando que não tem capacidade de articulação, o que acaba frustrando o setor e o eleitorado, já que ele também se elegeu com essa premissa.”

Maskio ponderou que o setor ainda não se recuperou da crise econômica que o País atravessa desde 2014. “Tivemos uma perda de geração de riquezas muito grande e estamos demorando muito para responder à retomada do processo produtivo. O setor industrial vive com alto grau de ociosidade e opera bastante abaixo da capacidade instalada. A indústria é o carro chefe e acaba puxando outros segmentos da atividade econômica.”

Economista e professor da escola de negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Volney Gouveia pontuou que até mesmo os 2.039 empregos gerados em abril estão longe de demonstrar recuperação. “Este número pode ter sido impactado por questões sazonais, como o emprego temporário no comércio para o Dia das Mães. Ainda não acredito em uma recuperação mais generalizada.”

No mês de maio, Santo André foi a cidade que mais criou vagas (401), seguida por São Caetano (319), Ribeirão Pires (uma) e Rio Grande da Serra (seis). Já São Bernardo (-556), Mauá (-136) e Diadema (-97) demitiram (veja mais na arte acima).

Nos cinco primeiros meses do ano, Santo André também aparece em primeiro lugar no quesito geração de emprego, com 2.234 postos de trabalho abertos. A única cidade que fechou com demissões foi Diadema, com 489. Neste período, a região acumula aumento no número de vagas: 4.858.

“Em Santo André, somente o setor de serviços registrou 596 contratações em maio. É uma cidade que teve presença importante do setor de atacarejo, além de ter concentrado segmento de serviços importantes, nos nichos de telecomunicações e saúde”, afirmou Maskio. 




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