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Petroleiros em Mauá param Recap
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
08/10/2004 | 09:35
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Cerca de 140 petroleiros da Recap (Refinaria de Capuava), em Mauá, paralisaram nesta quinta suas atividades, como parte da greve pipoca organizada pela FUP (Federação Única dos Petroleiros), que prevê paralisações de 24 horas em todo o país.

Os trabalhadores estão protestando contra a proposta de reajuste salarial da Petrobras, de 7,8%, e pedem 13,2%. Nesta sexta, a companhia se reúne com os petroleiros para discutir a pauta trabalhista.

A FUP, filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), também paralisou atividades em mais duas refinarias: Regap (Refinaria Gabriel Passos), em Betim (MG), e Reman (Refinaria de Manaus), no Amazonas. As paralisações atingiram ainda os Estados da Bahia e do Espírito Santo.

Na Recap, a produção não foi afetada, segundo a Petrobras e a FUP. O coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo, João Antônio de Moraes, também diretor da FUP, afirmou que apenas dois turnos foram afetados em Mauá.

"A paralisação não foi para afetar a produção, mas tivemos adesão de funcionários do setor produtivo e do administrativo. Discutimos a nossa pauta trabalhista e conversamos sobre as negociações", afirmou.

Moraes, no entanto, afirmou que a FUP já está estudando a possibilidade de realizar paralisações com efeitos na produção, caso não haja contraproposta da Petrobras nesta sexta. "A federação está deixando claro que caso não receba uma proposta razoável fará greve com parada de produção", afirmou.

Químicos - A CNQ (Confederação Nacional dos Químicos), da CUT, se reuniu nesta quinta com o setor patronal da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para definir o calendário de negociações. A categoria pede 17,26% de reajuste salarial, redução da jornada de trabalho e das horas extras e fortalecimento das organizações dos trabalhadores.

Para Aparecido Donizete da Silva, coordenador da CNQ em São Paulo, o clima da reunião foi "amigável". "Tivemos uma impressão positiva, e acho que será possível fechar acordo bom. O setor patronal sabe que está apresentando bons resultados e que precisa repassar isso à categoria."

Silva afirmou que a partir do dia 18 terão início manifestações no Estado de São Paulo, em empresas estratégicas. "Vamos fazer atos e assembléias em empresas importantes do setor, como afirmação de que os trabalhadores querem reajuste compatível com o crescimento da economia", afirmou.

Metalúrgicos - A FEM (Federação Estadual dos Metalúrgicos), também da CUT, se reúne nesta sexta com o Grupo 10 (mecânica, funilaria, iluminação, estamparia e outros), na primeira negociação da categoria.

Os metalúrgicos querem 9,57% de aumento salarial e mudança da data-base de novembro para setembro. No Grande ABC, trabalhadores dos grupos 10, 9 (máquinas, eletroeletrônicos e outros) e Fundição - que já atendeu à pauta da CUT - realizaram paralisações entre os dias 21 de setembro e 1º de outubro.




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