Caio Henrique, 3 anos, largou há pouco tempo das fraldas. No dia 4, a intenção do menino era obedecer as ordens da mãe e ir ao banheiro. Mas por causa da burocracia de uma loja de materiais escolares, foi obrigado a fazer xixi nas calças.

A compra da mãe do menino, Ivonir da Silva, 38 anos, já estava paga quando Caio Henrique pediu para ir ao banheiro. A vendedora da loja King Pel, de Santo André, disse que o menino poderia ir acompanhado somente de uma funcionária.

“Eles não deixaram eu acompanhar meu filho. Não entregaria uma criança de apenas 3 anos para uma desconhecida levá-lo ao banheiro. Foi um absurdo”, contou Ivonir.

O banheiro fica dentro do estoque da loja e, segundo o gerente da King Pel, José Ancelmo Batista dos Santos, as normas da casa são não levar ninguém até lá.

“Abrimos exceções para grávidas e crianças, mas a instrução é não deixar ninguém ir”, contou Santos, que não sabia do acontecido.

Ivonir cancelou a compra que já estava paga e levou o filho para um banheiro de uma loja próxima para se limpar.

A lei municipal 8065, de 2.000, determina que comércios de médio e grande porte, como a King Pel, tenham banheiros para os clientes.

O diretor do Procon de Santo André, Manuel Marques, explica que não há cláusulas no Código de Defesa do Consumidor sobre estruturas como banheiros, mas que a loja precisa ter bom senso.

“É uma questão de civilidade fornecer banheiros. E se há uma lei municipal, a empresa deve cumprir”, conta ele.

Caso a consumidora se sinta prejudicada, o ideal é procurar a justiça comum, já que o caso não expressa uma relação de consumo. (Supervisão de Cláudia Fernandes)