Cultura & Lazer Titulo
Preta Gil: mulher de guinadas
Por Mariana Trigo
Da TV Press
26/08/2007 | 07:02
Compartilhar notícia


Preta Gil é muito diferente da imagem de mulher polêmica, sem papas na língua, que tantas vezes exibiu em suas aparições públicas. Com um discurso tranqüilo, mas firme, a cantora e atriz nem precisa se esforçar tanto para transmitir serenidade.

O olhar seguro não se desvia dos assuntos mais incômodos, como a carreira artística, adiada por 10 anos por medo de encarar um personagem na TV, ou mesmo o sofrimento que a carioca de 33 anos ainda guarda pela morte do irmão Pedro Gil, há 17 anos. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

O que fez você voltar à TV como uma vilã na Record?

PRETA GIL – O Tiago Santiago e o Alexandre Avancini me mandaram a sinopse bastante animados. Eu nem queria fazer novela agora por causa da minha agenda de shows. Mas fui para Nova York e resolvi ler com calma sobre a trama. Adorei a Helga e decidi conhecer os estúdios da Record. Fiquei realmente impressionada com o grau de profissionalismo que eles atingiram, toda aquela estrutura e a empolgação da equipe.

Você demorou a seguir a carreira artística. Por quê?

PRETA GIL – Vai saber, né? Comecei a estudar cedo. Com 10 anos fiz cursos. Flertava com o teatro, o canto e a literatura. Com 15 anos, fiz um ano de Oficina de Atores da Globo. No final, passei num teste para a minissérie Sex Appeal. Mas me deu um medo danado. Tinha perdido meu irmão Pedro no ano anterior, num acidente de carro. Era um momento delicado. Nisso, o publicitário Nizan Guanaes me chamou para organizar um evento. Ele achou que eu era esperta. Como tinha amarelado no teste da Globo, liguei para ele e falei ‘Cara, quero ir morar em São Paulo. Me arruma um emprego?’.

Você fugiu?

PRETA GIL – Totalmente. Estava sozinha no Rio, minha mãe sofrendo, resolvi sair desse cenário e fui para São Paulo. Trabalhei na agência DM9 como estagiária. Em menos de seis meses, me apaixonei por publicidade e já cuidava dos filmes publicitários. Quando saí de lá, voltei para o Rio, engravidei do Francisco (filho que teve com o ator Otávio Müller) e quis trabalhar com produtoras. Trabalhei na Conspiração Filmes, fui figurinista, produtora, fiz direção de arte e resolvi abrir a minha produtora com a Monique Gardemberg. Ela já tinha a Dueto Produções.

Abrimos a Dueto Filmes. Com 22 anos comecei a produzir meus projetos e a Dueto bombou! Foram cinco anos de sucesso. Abrimos uma filial em São Paulo e eu vivia na ponte-aérea. Mas começou a bater uma angústia... Fui para a psicanálise e o psicanalista perguntou se eu sabia cantar. Falei que tinha estudado a vida inteira para ser cantora e atriz. Tive sorte de me reencontrar.

Como foi essa transição? PRETA GIL – Saí da produtora, vendi meu apartamento e fiquei quatro meses em Salvador montando uma banda e ensaiando. Voltei a morar com a minha mãe, foi uma reviravolta na minha vida. Peguei o dinheiro que tinha e investi em mim. Agora moro com meu pai. Não tinha condições de manter aquela vida. Eu era uma produtora bem-sucedida, tinha três empregadas, motorista, tudo. Tive de abrir mão do luxo para investir a grana e me manter. Não sabia se ia dar certo como cantora. Eu tinha de estudar, precisava me dedicar. Depois do show que fiz no Mistura Fina tudo aconteceu: fui contratada pela gravadora Warner Music Brasil e o Roberto Talma me chamou para fazer Agora É Que São Elas.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;