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Crise atinge unidades de Saúde em Mauá
Por William Cardoso
Do Diário do Grande ABC
11/11/2008 | 07:01
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O Hospital Doutor Radamés Nardini e os pronto atendimentos das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) Zaíra 2 e São João têm problemas para absorver a demanda da Santa Casa de Mauá, que ontem começou a adotar as medidas de readequação propostas pela Prefeitura.

A crise financeira enfrentada pelo município obrigou a Secretaria de Saúde a propor à Santa Casa um plano de redução de gastos nos serviços prestados à população. Pronto atendimento aberto ao SUS (Sistema Único de Saúde) apenas entre 7h e 19h e internação preferencialmente no Hospital Nardini são algumas das medidas, que têm como objetivo diminuir a demanda entre 30% e 40%.

Os pontos indicados pela Prefeitura para ‘desafogar' a Santa Casa estavam em situação crítica ontem. No Hospital Nardini, a população encontrou aquilo que já se tornou rotina no local: demora no atendimento e tumulto na entrada do pronto-socorro, que mais parecia um terminal de ônibus lotado.

A aposentada Maria do Carmo Vieira, 70 anos, acompanhou o filho, que tentava tratamento após uma crise depressiva. Eles chegaram ao hospital por volta das 7h30, fizeram cadastro e até 12h30 não haviam sido atendidos. "Não pode acontecer uma coisa dessas, é um desrespeito", diz.

A costureira Dinalva Alexandre de Oliveira, 56, buscou ajuda no Nardini após sentir dores no peito. O fato de a Santa Casa reduzir o número de atendimentos foi visto com apreensão. "Vai ser tudo aqui? Se do jeito que a coisa está a situação já é crítica, imagine mais para frente", lamentava.

No pronto atendimento da UBS Zaíra 2, apenas casos de extrema emergência eram tratados. Os demais, encaminhados ao Nardini, mesmo com a oferta diminuta no hospital. Na unidade São João, a situação era a mais tranqüila entre os pontos visitados no início da tarde: média de uma hora e meia até o atendimento.

Nas duas unidades de Saúde visitadas, um velho problema continua a assombrar a população. Remédios básicos como AAS, dipirona, amoxicilina e diclofenaco não eram encontrados por quem chegava com a receita na mão.

Moradores que procuraram a Santa Casa para atendimento no período da manhã (horário liberado para consultas no acordo entre a direção do hospital e a Secretaria de Saúde) também reclamaram da demora para serem atendidos.

A balconista Rita de Cássia Oliveira, 45, sofre de labirintite e fez o caminho inverso ao sugerido pelo plano de readequação. Ela gastou uma manhã inteira e, por volta das 11h30, ainda não havia recebido atenção médica. "Cheguei ao Nardini por volta das 6h, mas desisti ao ver a fila. Procurei a Santa Casa, e agora aguardo o atendimento aqui", explicou.

A secretária de Saúde de Mauá, Sandra Regina Vieira, foi procurada pela reportagem para comentar a situação. Ela estava em reunião na tarde de ontem e não retornou o pedido até o fechamento desta edição.




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