Exibido em duas salas da região, Como Perder um Homem em Dez Dias é uma comédia romântica, nada muito promissora e das que mais tolerância pede ao espectador. A premissa parece até aceitável. É sobre um publicitário que aposta com seu chefe que é capaz de seduzir uma garota e deixá-la caidinha por ele no prazo de dez dias. Do lado feminino, uma jornalista que escreve um artigo descritivo sobre a façanha de dar um fora no mesmo período. A padroeira das coincidências – se é que existe uma – abençoará o encontro das duas figuras.

Matthew McConaughey faz o tal publicitário. Outrora considerado o Paul Newman dos novos tempos, o ator tem carreira em declive depois de participar de projetos de Steven Spielberg (Amistad), Robert Zemeckis (Contato) e Joel Schumacher (Tempo de Matar). Kate Hudson é a intérprete da jornalista, filha de Goldie Hawn e conhecida pela presença sapeca em Quase Famosos (de Cameron Crowe). Já foi indicada ao Oscar e tudo.

No currículo do diretor Donald Petrie constam Miss Simpatia e Riquinho, ambos de potencial autoral zero. Ele pode, no entanto, se gabar de ter reunido novamente, em Dois Velhos Rabugentos, os há tanto separados Walter Matthau e Jack Lemmon. Pode usar isso em seu favor, pois ajudou com a mesma dupla com que já colaboraram Billy Wilder (A Primeira Página) e Gene Saks (Um Estranho Casal).

Em Como Perder um Homem em Dez Dias, entra no piloto automático. Começa com um casal em situação inconciliável que terá lampejos de simpatia e, por fim, descobrirá que só o amor salva. Petrie, nas comédias românticas, deve aprender uma coisa ou outra com Truffaut e com Domingos de Oliveira.