O São Caetano é uma das equipes mais regulares da Série A-2 do Paulista. E é justamente neste ponto em que o Azulão se apoia para passar pelo mata-mata das quartas de final diante do Santo André.

O técnico Luís Carlos Martins reiterou em diversas oportunidades que o elenco azulino não possui nenhum jogador do nível de Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, e que a força do grupo se sobrepõe às individualidades. É verdade. Com elenco consciente de suas características – toque de bola apurado e dedicação na marcação –, o conjunto faz a força da equipe. E isso se reflete nos números.

Das nove partidas que o São Caetano disputou longe do Grande ABC, venceu quatro, empatou quatro e perdeu apenas uma – aproveitamento de 59,2% dos pontos, índice ótimo para um visitante. Em casa, triunfou em sete partidas, ficou na igualdade em duas e sofreu revés em uma – neste caso, o desempenho é de 76,6%. Isso demonstra que a equipe não sofre grandes variações de rendimento pela compensação que há entre os jogadores – nenhum é indispensável –, independentemente do adversário e de onde atua, o que certamente é um ponto positivo para as decisões na Série A-2.

Ao mesmo tempo em que nenhum atleta é insubstituível, é inegável que alguns são imprescindíveis para o esquema de Martins. A dupla de defesa, formada por Júnior Alves e Sandoval, é fundamental para o treinador. Os dois atuam juntos há um ano e meio e hoje colhem os frutos do entrosamento e da amizade fora de campo. Outro setor importante é o meio campo defensivo, composto por Esley e Ferreira. O camisa 5 tem como principal característica a marcação, mas também tem boa saída de bola, enquanto o parceiro, por vezes, faz papel de terceiro meia, aparecendo no ataque e marcando gols – ele já balançou a rede uma vez pelo Azulão nesta temporada.

Mas existem dois jogadores que se entendem melhor que os outros. O meia Neto e o atacante Jô vêm sendo os destaques do São Caetano. O camisa 8 já admitiu que vive o melhor momento da carreira, enquanto o centroavante é xodó da torcida, está com confiança e é o artilheiro azulino na competição, com sete gols. Ou seja, páreo duro para a defesa do Santo André.

Uma coisa é certa: será difícil cravar, ao menos do lado do São Caetano, que eventual resultado negativo no primeiro jogo definirá o futuro do mata-mata. A equipe azulina já mostrou que pode jogar de igual para igual com qualquer equipe da Série A-2 e buscou algumas viradas – uma delas, inclusive, diante do rival regional no Anacleto Campanella por 2 a 1. Vai ser interessante assistir aos clássicos mais importantes da história do Grande ABC.