Setecidades Titulo Feriado nas sete cidades
Região terá marcha e ações on-line hoje, Dia da Consciência Negra

Em Santo André, Diadema e Mauá, calendário foi adaptado à pandemia

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
20/11/2020 | 00:01
Compartilhar notícia
Pixabay


As sete cidades do Grande ABC comemoram hoje o Dia da Consciência Negra. Tradicionalmente, os municípios realizam passeatas e eventos, como palestras e shows, para reivindicar direitos e exaltar a cultura afro. Porém, a pandemia fez com que as prefeituras adaptassem ações para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

Em Diadema, a Prefeitura promove mesa redonda com o cantor de rap Negro Will, a partir das 19h, e shows em homenagens a Pixinguinha, Dona Ivone Lara, Leci Brandão e Clementina de Jesus, a partir das 20h. Os eventos serão transmitidos pelo Youtube, no canal Cultura Diadema Online. Mais cedo, às 18h30, a população pode assistir ao filme Pantera Negra em cinema a céu aberto, instalado na Praça da Moça. A atração é gratuita e tem capacidade para 40 carros. Orientação é chegar com 30 minutos de antecedência.

A 15ª Marcha Zumbi dos Palmares será realizada em Mauá, mas com regras de distanciamento entre os participantes, protocolos de higiene e uso obrigatório da máscara. A concentração será às 10h na Praça 22 de Novembro, no Centro. Às 11h30, ato inter-religioso será realizado e a saída da marcha inicia ao meio-dia pela Avenida Barão de Mauá, com previsão de término às 14h30. Em seguida, haverá homenagem à Mãe Dofona, um ato político democrático e o show Existindo e Resistindo. O encerramento será às 19h, com canto para Oxalá.

A Prefeitura de Santo André informou que fará ações nas redes sociais, mas não detalhou. As demais administrações não programaram eventos por causa da pandemia.

REIVINDICAÇÕES
O Dia da Consciência Negra foi conquistado pelo movimento negro em contraposição ao Dia da Abolição da Escravatura, em 13 de maio. “Antes, se comemorava a falsa abolição, nunca tivemos libertação real. Tem ficado um tanto mais visível o tipo de violência que sofremos historicamente, e estes atos mostram que ainda não temos garantido algo tão básico, que é a nossa humanidade”, avaliou Elly Bayó, educadora das infâncias em Santo André e professora do curso de pedagogia da Faculdade Zumbi dos Palmares.

“Estou grávida. Vou ninar, educar, ensinar a andar, mas em algum momento terei que falar para ele não correr quando estiver perto da polícia, para tirar a mão do bolso senão vão pensar que ele está armado e de andar sem capuz mesmo no frio. É importante enfatizarmos este assunto porque existe muita violência policial, muito movimento estereotipado”, completou Lília Reis. multiartista, terapeuta e Promotora Legal Popular de Diadema.

As ativistas destacaram que é essencial que assuntos como igualdade e a cultura afro estejam presentes desde a infância. Inclusive, a abordagem destes temas desde a educação infantil é prevista na lei de diretrizes básicas da educação. “As pessoas eleitas domingo precisam pensar em educação antirracista, que implica em passar do lugar onde o negro é um tema para uma comunidade que consegue ver o negro como pessoa”, afirmou Elly. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;