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Frio mais intenso anima comércio
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
26/04/2006 | 08:22
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A queda da temperatura anima o setor têxtil quanto às vendas de produtos de inverno neste ano. Ao contrário do que ocorreu em 2005, quando a estação mais fria do ano foi amena, a indústria do vestuário se prepara para um ano melhor devido à previsão de dias mais gelados. A Abravest (Associação Brasileira da Indústria do Vestuário) prevê que as vendas ao consumidor cresçam até 33% ante o mesmo período do ano passado.

Segundo Roberto Shadad, presidente da Abravest, a produção de roupas para o inverno deve ser menor este ano. “No ano passado produzimos 120 milhões de peças e cerca de 40 milhões ficaram encalhadas nas lojas. Este ano, vamos produzir apenas 80 milhões para equiparar com a mesma produção de 2005, porém a previsão é de vender tudo dessa vez”, afirma.

Mesmo assim, a indústria não deve ter prejuízos, pois foram produzidas cinco bilhões de peças em 2005, das quais apenas 2,4% de roupas de frio. A fabricação de produtos para a estação no país fica concentrada nos estados da região sul e de São Paulo. “São poucos os modelos específicos produzidos para a estação, tais como jaquetas, blusas e malhas de manga comprida. O resto se vende o ano inteiro”, explica o presidente da entidade.

Os preços devem se manter iguais ou até menores, já que há a necessidade de vender o que ficou parado no estoque – referente a 2005. Shadad também acredita que a concorrência pode ajudar a diminuir o valor dos produtos. “Os importados vindos da China, Argentina e Uruguai estão crescendo muito no mercado interno, principalmente com a desvalorização do dólar.”

Já o Sindivest (Sindicato da Indústria do Vestuário) está menos otimista. Para o secretário-executivo da entidade, Pedro Eduardo Fortes, a expectativa é de 5% de crescimento no faturamento. “Temos boas perspectivas, mas nada ufanistas, pois não podemos ter empate de produto nas fábricas. Além de tudo, são roupas mais caras e que duram mais para o consumidor”, diz.

Apostas – Os fabricantes do Grande ABC também estão com boas perspectivas para este inverno. O sócio-proprietário Reinaldo Batah, da Antishock, confecção de Diadema, está procurando o equilíbrio da produção. “Trabalhamos com a mesma expectativa do ano passado, mas de olho no tempo, pois não é bom sobrar nem faltar mercadoria”, conta. “O inverno do ano passado teve mais ou menos 12 dias de frio. Foi muito fraco para as vendas. Já o ano retrasado começou como este, com frio em abril, e foi muito bom para o setor. Por isso é que estou esperando melhoras. Essa é uma estação em que as pessoas compram roupas por necessidade”, completa.

Para Rafael Maita, proprietário da Red Onion, de Santo André, o mercado de vestuário está mais aquecido em vendas. “Em 2005 não lançamos coleção de inverno porque não houve frio. Este ano devemos lançar peças de fios e malhas”, diz.



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