Política Titulo Alto escalão
Região acumula 51 mudanças no secretariado em 16 meses

Movimentações representam três trocas a cada 30 dias desde o início das administrações

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
21/05/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


De janeiro do ano passado até agora, as prefeituras do Grande ABC acumulam 51 mudanças efetivas no alto escalão das administrações municipais, segundo levantamento feito pelo Diário. Essas movimentações no período significam três trocas a cada mês no âmbito regional desde o início das atuais governos.

Os motivos das quedas nas sete cidades têm sido diversos, que passam uns por má avaliação do trabalho, alguns a pedido, por razões particulares e, outros, por suspeitas de casos de corrupção, além de dois por morte (Sandro Paccola, de Mauá, e Roberto Tokuzumi, de Ribeirão Pires). Também aconteceram remanejamentos internos de nomes entre um setor e outro da gestão.

Mauá encabeça a lista com o maior número de exonerações: 14. A mais recente modificação trata-se de João Gaspar (PCdoB), braço direito do prefeito Atila Jacomussi (PSB, atualmente afastado do cargo) – ambos foram presos pela PF (Polícia Federal) na Operação Prato Feito. A Saúde contribuiu negativamente para alavancar a cidade no ranking. Sem contabilizar interinos, dois secretários já tiveram problemas no setor – Márcio Chaves (PSD) e Ricardo Burdelis justificaram ingerência – , e pediram demissão. Outra turbulência ocorreu logo no começo do mandato, quando José Carlos Orosco Júnior (PDT) e Camila Brandão Sarem entregaram seus cargos devido a vazamentos de vídeos íntimos.

Sete trocas no secretariado da região se deram por conta do processo eleitoral. Os então ocupantes da cadeira deixaram os postos com seis meses de antecedência ao pleito de outubro, visando ficar aptos à empreitada por votos, de acordo com o que determina a legislação eleitoral. Apenas em São Bernardo foram três quadros: o vice-prefeito Marcelo Lima (PSD), além da primeira-dama Carla Morando (PSDB) e Alex Mognon (PSDB), que retornou à vereança. Santo André registrou duas situações semelhantes, com Ailton Lima (SD) e Edson Sardano (PTB), ambos postulantes a federal. Diadema completa o cenário diante das saídas do vice-prefeito Márcio da Farmácia (Podemos) e Regina Gonçalves (PV), como dobrada oficial do Paço.

Em território andreense houve dez substituições. Deste total, metade trata-se de remanejamentos de integrantes que ainda continuam no primeiro escalão (o vice-prefeito Luiz Zacarias, PTB, Leandro Petrin, Carlos Bianchin Ajan Marques e Jéssica Cavalheiro). As principais saídas foram na Saúde, com Ana Paula Peña Dias, e Finanças, então gerida por José Carlos Grecco – ambos caíram após período de desgaste político. São Bernardo, por sua vez, aparece logo na sequência, com oito mudanças no quadro geral. Entre eles, Suzana Dechechi, da Educação, área fundamental do governo, além de Fernando da Costa (Transporte). Carlos Maciel e Mário de Abreu (PSDB) solicitaram exoneração depois de terem nomes envolvidos em polêmicas.

São Caetano contabilizou sete modificações no período. Apenas na Pasta de Governo, por exemplo, foram duas alterações, inicialmente, com Rodrigo Toscano e, em seguida, Patrícia Florêncio. Enquanto isso, Diadema registrou quatro reformulações no total. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra registraram cinco e três alterações, respectivamente.

OUTRO LADO

A Prefeitura de Santo André sustentou que as mudanças no secretariado foram pontuais e, sobretudo, pessoais. “Em cada caso, o secretário responsável comunicou a administração de sua saída por motivos profissionais em suas respectivas áreas”. São Caetano pontuou que a administração prima pela composição de um secretariado técnico. “As trocas ocorridas durante a atual gestão foram por motivos técnicos ou particulares (a pedido dos servidores)”.

Já em Mauá, o Paço justificou que preza pelos bons serviços à população e que, por isso, “faz avaliações qualitativas constantes sobre aprovação dos munícipes”. “Com base nisso, efetua ajustes na equipe de governo.”  




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