O governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB), de Mauá, tem encontrado dificuldades para escolher o sucessor do médico nefrologista Ricardo Burdelis no comando da Secretaria de Saúde, que pediu demissão há uma semana. A avaliação do núcleo duro do Paço mauaense é a de que a rotatividade de chefes do setor, não só no município, mas nas demais cidades do Grande ABC, possa criar empecilhos nas negociações.

Burdelis foi o terceiro secretário de Saúde da gestão Atila. O médico sequer completou dois meses no posto e pediu demissão no dia 27, alegando ingerências políticas no setor – foi anunciado em 7 de março. Antecessor de Burdelis, o ex-vice-prefeito Márcio Chaves (PSD) deixou o cargo por motivos semelhantes – atualmente gerencia a mesma Pasta em Santo André, no governo Paulo Serra (PSDB). Nesse ínterim, o posto foi ocupado pelo secretário de Assuntos Jurídicos, Rogério Babichak.

Desde a saída de Burdelis, a adjunta da Saúde, Carla Manzano, tem respondido interinamente pelo setor. O Diário apurou que na segunda-feira o chefe do Executivo pretende indicar outro secretário do governo para comandar a Pasta enquanto escolhe o próximo titular definitivo.

A ideia é a de que o indicado lidere as negociações com a FUABC (Fundação do ABC), cujo contrato com o município (gerência dos equipamentos) é temporário e vence em junho. Antes de sair, Burdelis entregou proposta de novo acordo com o Paço, em que restringe significativamente a atuação da instituição no município – gerenciaria apenas o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini. O novo interino também vai decidir sobre o futuro do convênio com a Santa Casa, que consiste em repasse de recursos como contrapartida aos atendimentos de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).