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Filas na balsa vão continuar

Emae descarta outro modelo de transporte
para realizar a travessia na Represa Billings

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
20/02/2017 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 As filas de veículos que se formam na Estrada do Rio Acima, no bairro Riacho Grande, em São Bernardo, à espera da travessia da balsa João Basso vão continuar. Sem qualquer empenho por parte do Estado para dar fim ao problema, a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) descarta outra opção a não ser o modelo adotado desde o início do século passado, conforme reconhece em nota: “O serviço de travessia por meio de balsas existe desde o início do século passado, quando foi formado o Reservatório Billings, em atendimento ao disposto no Decreto Federal nº 16.844, de 27/3/1925.”

A fórmula paliativa encontrada foi a ampliação recente da balsa reserva que entrará em operação em abril, para que a atual seja reformada. A verdade é que, com a troca, a quantidade de veículos que poderá ser transportada aumenta de 21 para 23 e a de pedestres, de 238 para 300, número insuficiente para atender o aglomerado de usuários que recorrem ao serviço.

Embora a empresa afirme que a formação de filas acontece em apenas determinados horários, a equipe do Diário constatou na quarta-feira, por volta das 12h30, que veículos permaneciam, em média, 30 minutos à espera da balsa para fazer a travessia até a região do Tatetos, que dura cinco minutos.

Porém, os moradores afirmam que, em horários de pico e aos fins de semana, a espera pode chegar a três horas. O vendedor de cachorro quente Ronaldo Bertoldo, 62 anos, aproveita a clientela, mas garante que os transtornos não compensam as vendas. “Moro no Tatetos há 30 anos, então sofro muito com essas filas. Imagina passar três horas dentro do carro no calor. Não tem quem aguente. Para mim, a melhor solução seria construir uma ponte”, avalia.

“Não importa a hora que você precisa vir, em qualquer horário a fila está igual ou maior do que essa. Nesta semana, minha mulher ficou doente e, para vir na parte do Riacho, precisei pegar a Imigrantes. A gente precisa de uma balsa grande”, pontua o motorista Juracir Nascimento de Lima, 53, que mora na região há 43 anos.

Mãe e filha, a diarista Maria das Graças Hernandes, 64, e a coordenadora de qualidade Cristiana Hernandes, 29, precisam atravessar a balsa diariamente para trabalhar. Elas optam por fazer isso a pé, por causa das filas dos veículos. Porém, quando chove precisam conviver com goteiras na balsa.

“É absurdo a gente não conseguir fechar o guarda-chuva na parte coberta. No dia da minha mudança, o caminhão precisou ficar cinco horas para atravessar”, reclama Cristiana.

Segundo a empresa, somente nessa travessia são transportados, aproximadamente, 2,4 milhões de pedestres e 800 mil veículos em 58 mil viagens por ano. “As reformas planejadas continuam sendo executadas. Já os projetos de ampliação das demais embarcações estão temporariamente suspensos, sem previsão de retomada”, informa em nota.

A utilização de duas balsas de forma simultânea foi descartada devido às condições de projeto e operação. Sobre as filas, a Emae afirmou que isso ocorre devido à demanda de veículos em determinados horários ser maior que a capacidade operacional da balsa.

 

Travessia entre São Sebastião e Ilhabela tem maior barco do Estado

Enquanto moradores de São Bernardo sofrem com a precariedade da embarcação responsável por transportar moradores do Riacho Grande, recentemente a travessia entre São Sebastião e Ilhabela, no Litoral Norte, foi reforçada com uma das maiores balsas do País e maior da frota do Estado. A embarcação de 76 metros de comprimento e 17 de largura, tem capacidade para 127 veículos e 538 passageiros por hora em cada sentido.

Ao todo, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), que é responsável pelo percurso, levou 180 dias e investimento de R$ 5,3 milhões para a reforma. A travessia é a segunda mais movimentada do Estado e perde somente para Santos/Guarujá. São 4.000 mil veículos, 5.000 mil passageiros, 700 bicicletas e 500 motocicletas diariamente.




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