"O parlamento espera que a Aiea e a União Européia (UE) demonstrem que respeitam seus compromissos no Conselho de Ministros (órgão político da Aiea)", declarou Gholamali Hadad Adel, presidente da Casa.

"Caso isso não aconteça, o parlamento forçará o governo a retomar o enriquecimento", acrescentou, segundo a agência oficial Irna.

O Irã se comprometeu com três países europeus (Alemanha, França e Grã-Bretanha), e depois com a AIEA, a suspender o enriquecimento em troca do início de negociações com a UE a respeito de um acordo de cooperação nuclear, tecnológica e comercial.

A suspensão deve ser uma garantia de que a tecnologia que produz o combustível para as futuras centrais civis iraniana não é utilizada com fins militares. Os iranianos esperam agora que os europeus resistam às pressões dos Estados Unidos para levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU.

"É a hora da verdade para julgar a sinceridade das declarações européias", disse Gholamali Hadad Adel.

"Veremos se a Aiea tomará uma decisão baseada puramente no direito ou se tomará uma decisão política sob pressão dos Estados Unidos", acrescentou.

Fontes diplomáticas em Viena afirmaram que os Estados Unidos apoiarão uma resolução de compromisso européia sobre o Irã, que evita pedir sanções da ONU contra o país.

"Pelo menos uma vez, os americanos são pragmáticos, reconhecendo que o texto dos três europeus (Alemanha, França e Grã-Bretanha) é mais do que bom e que não há nenhuma alternativa válida nesta etapa", declarou um diplomata ocidental.

A resolução, que será examinada na reunião de quinta-feira, não propõe recurso ante o Conselho de Segurança das Nações Unidas na perspectiva de possíveis punições internacionais, o que Washington desejava até o momento.